Seja no café da manhã, no chá ou até em receitas de família, o mel é um ingrediente que atravessa gerações. Mas além de adoçar a vida, você sabia que ele também pode ser um grande aliado da beleza?
Por possuir propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas e antifúngicas, o alimento pode trazer benefícios para a pele. Pesquisas sugerem que o mel pode ajudar na cicatrização de feridas, hidratação e até no combate à acne.
A dermatologista Regina Buffman afirma que esse ingrediente natural vem ganhando cada vez mais espaço na rotina de skincare principalmente por ser rico em vitaminas, minerais, aminoácidos e antioxidantes. Sua ação nutritiva, calmante e protetora ajuda a manter a pele mais saudável, iluminada e com aparência viçosa.
“Devido à presença de peróxido de hidrogênio e outras substâncias bioativas, o mel tem ação antibacteriana e cicatrizante. Pode ser útil em pequenas lesões, queimaduras leves e irritações, acelerando o processo de reparo da pele“, detalha Regina.

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E para quem sente que a pele anda pedindo mais hidratação, ele também pode ser um ótimo aliado, conforme explica a biomédica Rafaela Rabelo: “O mel é ótimo para a pele e para os cabelos, principalmente porque tem uma ação umectante. Isso quer dizer que ele ajuda a atrair e reter água, graças aos açúcares naturais que tem, como a frutose e a glicose”.
Apesar da hidratação, o outro ponto curioso é que o mel tem benefícios até para peles acneicas. “Pode auxiliar em casos de acne leve devido à sua ação antibacteriana e anti-inflamatória, reduzindo a proliferação de bactérias e ajudando a acalmar a pele inflamada. Porém, ele não substitui o tratamento dermatológico convencional“, alerta.
Beleza natural
De acordo com Rafaela, a maioria dos ingredientes que têm um ótimo efeito nos cosméticos convencionais vem das plantas. A questão é que esses produtos, muitas vezes, passam por processos químicos ou são combinados com substâncias agressivas que acabam trazendo efeitos colaterais.
“Isso faz com que o consumidor pense que o produto natural não funciona ou demora mais para dar resultado. Mas, trabalhando com estética natural, eu percebo que os resultados são muito melhores, mais duradouros e sem aquele efeito rebote que é tão comum em alguns ativos sintéticos“, explica a biomédica.
Por isso, é preciso atenção na hora da compra, já que ter um ingrediente natural na fórmula não significa que o cosmético é bom ou natural, já que muitas vezes isso é usado como uma estratégia de marketing. “É o que a gente chama de greenwashing, quando a marca quer entrar na onda do ‘natural’, mas não está realmente preocupada com a saúde da pele a longo prazo. O ideal é escolher produtos que tenham mais ativos naturais em concentração adequada e menos aditivos prejudiciais“, observa.
No entanto, ser natural também não é sinônimo de segurança para todas as peles, que podem sofrer com alergias e intolerâncias. “De modo geral, o mel é seguro para uso tópico. Entretanto, pessoas com pele muito sensível, histórico de alergia a produtos naturais ou a pólen devem ter cautela, já que podem apresentar reações alérgicas. Sempre é indicado fazer um teste em pequena área da pele antes do uso“, diz a dermatologista.

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Receitas caseiras
As famosas receitinhas caseiras estão liberadas, mas elas também pedem cautela. “Máscaras e esfoliantes caseiros com mel podem trazer algum benefício, mas exigem cuidado: a pele do rosto é delicada, e misturas abrasivas ou com ingredientes inadequados podem causar irritação. O ideal é sempre optar por produtos dermatologicamente testados“, explica Buffman.
“O mel puro pode ser usado como uma máscara hidratante rápida ou aplicado nos lábios ressecados. Misturado com aveia, vira um esfoliante caseiro super gentil. No cabelo, dá para potencializar uma máscara hidratante adicionando um pouco de mel”, indica a biomédica.
No consumo oral, os reflexos na pele são mais sutis, mas ainda valem a pena. “Consumir mel pode ter reflexos indiretos na pele, já que ele contém antioxidantes e nutrientes que favorecem a saúde geral do organismo. No entanto, não há evidências de que o consumo isolado traga benefícios significativos para a pele. A ação tópica é mais direta e eficaz”, conclui Buffman.