A Food and Drug Administration (FDA), entidade equivalente à Anvisa nos Estados Unidos, aprovou na semana passada a comercialização de um gel para disfunção erétil no País. O produto, chamado Eroxon, foi desenvolvido pela farmacêutica Futura Medical, é feito à base de álcool e água e pode ser utilizado a partir dos 22 anos. A informação foi divulgada no site da FDA esta semana.
Diferentemente de outros produtos disponíveis no mercado para tratar disfunção erétil, o Eroxon não é considerado medicamento e é a primeira solução em gel para o problema. Hoje, os principais produtos utilizados para disfunção erétil são os comprimidos de Viagra ou Cialis, prótese peniana, droga injetável e dispositivos intrauretrais. Em alguns casos, reposição hormonal também pode funcionar.
Segundo o médico Alex Meller, urologista professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, o gel pode beneficiar principalmente pacientes cardíacos, pois os comprimidos de Viagra e Cialis não são recomendados para quem tem predisposição a ter problemas de coração. No entanto, ele alerta que a aprovação da FDA diz respeito à segurança do produto e não necessariamente à sua funcionalidade.
Na pesquisa feita pela Futura Medical, cerca de 65% dos participantes tiveram bons resultados utilizando o gel. “Se pensamos em 65% de resultado em um público que tem disfunção erétil, sendo que a maioria deles tem problemas emocionais que impactam na falta de ereção, talvez o uso do gel tenha tido mais efeito na confiança desses homens do que propriamente dito na vasodilatação”, afirma. Por isso, ele entende que são necessários mais estudos para confirmar a eficácia do gel.
Ainda não há previsão sobre a possível chegada do gel ao mercado brasileiro. Para isso, seria necessária aprovação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nos Estados Unidos, a previsão é que uma caixa com quatro doses do Eroxon custe cerca de US$ 30 (cerca de R$ 145).
Homens que sofrem com disfunção erétil não conseguem atingir e/ou manter ereção peniana suficiente para ter relação sexual. No Brasil, aproximadamente um a cada 50 homens com menos de 40 anos está neste grupo, segundo o Ministério da Saúde. Já acima dos 65 anos, a incidência é de um a cada quatro.
Segundo a Futura Medical, após a aplicação do gel, que deve ser feita cerca de 15 minutos antes da relação sexual, os componentes voláteis da formula (álcool e água) evaporam, criando efeito de resfriamento rápido na glande do pênis. Esse resfriamento rápido é seguido por um aquecimento, mais lento e recuperador, o que estimula as terminações nervosas do pênis, aumentando a circulação sanguínea e levando à ereção.
De acordo com a fabricante, o produto deve ser aplicado na parte superior do pênis, massageando-o. Além disso, é preciso que a pessoa esteja sexualmente estimulada para que surta o efeito desejado.