Brasília e as demais cidades do Distrito Federal completaram 105 dias sem chuva. A tradicional estiagem já alterou a paisagem da capital do País, que está marcada por gramados amarelados, céu limpo e, claro, por causa da baixa umidade do ar.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o índice tem variado entre 12% e 20%, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda níveis acima de 40%.
A Defesa Civil emitiu alerta, nesta segunda-feira (18), sobre as chances do quadro permanecer ou até se agravar durante os próximos dias no Distrito Federal. Segundo os órgãos de monitoramento, o clima deve seguir até outubro, quando as chuvas começam a chegar na capital brasileira.
A estiagem atual, embora menos severa que a do ano passado, já preocupa. Apenas no mês passado, o Corpo de Bombeiros (CBMDF) atendeu mais de 1,5 mil ocorrências de incêndio em vegetação.
Para se ter ideia, no domingo (17), uma queimada na região do Complexo Penitenciário da Papuda, acompanhada de uma fumaça densa e escura, assustou moradores do Lago Sul, Jardim Botânico, Mangueiral e também de algumas localidades do Lago Norte.
El Niño
Nos últimos dois anos, o fenômeno El Niño contribuiu para a redução das chuvas na Amazônia e no Centro-Oeste, intensificando o calor.
Neste ano, com o Oceano Pacífico em condições neutras, a tendência é de manutenção dos cenários tradicionais, embora sem a mesma intensidade registrada em 2023, quando Brasília viveu a pior seca da história, com 164 dias consecutivos sem precipitações.
O problema não se restringe ao DF. No Acre, 21 municípios decretaram estado de emergência. Em São Paulo, os reservatórios que abastecem a região metropolitana operam com cerca de 40% da capacidade. Enquanto regiões do Brasil enfrentam o duro período da seca, especialistas alertam para os efeitos da baixa umidade.
Como já é de conhecimento dos brasilienses, o período da estiagem pode ressecar o nariz, garganta e olhos, agravando crises de rinite, sinusite e asma. Idosos e crianças estão entre os mais vulneráveis e merecem atenção especial dos responsáveis.
Segundo os médicos, manter a higiene das vias aéreas é uma das recomendações caseiras que ajuda a reduzir riscos de complicações e internações.