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Viva o teatro! Vem aí a 2a edição do Festival Dulcina

São, ao todo, 16 peças disponíveis, com destaque para a peça Abjeto Sujeito, da atriz e diretora Denise Stocklos

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O teatro está com tudo neste fim de ano. Uma das atrações que chega à capital federal é a **2ª edição do Festival Dulcina**, que possui uma programação recheada de espetáculos provenientes de diversas partes do País. Entre as novidades, está a presença confirmada da atriz e diretora **Denise Stocklos**. A artista Stocklos estará na peça **Abjeto Sujeito**, onde apresenta sua visão da **escritora Clarice Lispector**. Além disso, ela também realiza uma roda de conversa sobre o processo criativo do espetáculo.

![Mulher Monstro (Foto: Divulgação)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Mulher_Monstro_Foto_Divulgacao_8dd3746272.jpeg)

O festival retorna à cidade após quatro anos de hiato, mas há tempo suficiente para matar a saudade: é que o evento acontece a partir desta quinta-feira, 3, e deve se estender até o dia 13. São, ao todo, 16 espetáculos a serem exibidos durante sua programação, que dão uma palinha do que está sob os holofotes do Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Goiânia e Brasília.

![Que Mundo Deixaremos (Foto: Divulgação)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Que_Mundo_Deixaremos_Foto_Divulgacao_9fed109af8.jpg)

>“Procuramos valorizar o retorno ao corpo, ao presencial, onde a proximidade entre artistas e público, trouxesse de volta a experiência mágica, que só o teatro faz acontecer”, afirma Amaro. “Teatro é vida pulsando, é transfusão de emoção do palco à plateia e vice-versa; os conceitos podem mudar, mas no teatro revelamos o que existe de essencial no ser humano”, complementa Eliana.

O projeto conta com a curadoria da atriz e roteirista **Eliana César**, bem como do ator e diretor **André Amaro**. Juntos, eles tiveram a ideia de propor e retomar o encontro ao vivo, valorizando interpretações ao mesmo tempo sensíveis e vigorosas. Foram, ao todo, 204 peças inscritas e apenas 16 selecionadas – 13 das quais os curadores escolheram à dedo, e três grupos convidados que propõem as peças **Abjeto Sujeito**, **Outra História de Amor**, e **Volver a Letícia**.

>“O Festival será um momento de comemorar, por meio de produções de diferentes partes do país, o legado revolucionário de Dulcina e sua contribuição para o desenvolvimento da profissionalização artística no Brasil” afirma o diretor geral do Festival, Cleber Lopes, que também já foi aluno e professor da Faculdade Dulcina, e presidente do Conselho Curador da Fundação Brasileira de Teatro de 2017 a 2019.

![Caravana dos Delirantes (Foto: Divulgação)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Caravana_dos_Delirantes_Foto_Divulgacao_b0bc371277.jpg)

Dos 16 espetáculos propostos, sete representam apenas o Distrito Federal, a maioria deles prevista para o início do evento. Além disso, o festival possui o patrocínio do **Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal**.

**Conheça o nome das 16 peças a serem apresentadas e seus respectivos estados de origem**
– Outra História de Amor (DF);
– À Beira do Sol (DF);
– Nó na Garganta (DF);
– Caravana dos Delirantes (DF);
– Depois do Silêncio (DF);
– Volver a Letícia (DF);
– Encerramento do Amor (DF);
– Sertãohamlet (GO);
– A Mulher Monstro (RN);
– Ramadança (CE);
– Major Oliveira (BA);
– Caio do Céu (RS);
– Palácio do Fim (RS);
– Que Mundo Deixaremos Para Keith? (RJ);
– Luiz Gama: Uma Voz Pela Liberdade (RJ);
– Abjeto Sujeito (SP);

![Outra História de Amor (Foto: Divulgação)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Outra_Historia_de_Amor_Foto_Divulgacao_b252c859d4.jpeg)

**Conheça a programação prevista para o primeiro dia do festival, previsto para esta quinta-feira, 3**
**19h – Ramadança – Ricardo Guilherme (CE)**
Espaço Cultural Renato Russo – Praça Central
O autor explora contrastes que o imaginário popular do Nordeste do Brasil processou ao conceber danças dramáticas e autos. As falas traçam a genealogia dos líderes religiosos, ao mesmo tempo em que, em tom de oração, fazem exortações sobre a guerra e a paz. A personagem em cena é uma Rainha do Maracatu que se apresenta como uma espécie de Medéia africana, mãe primordial detentora do poder de vida e morte em relação aos seus filhos.

**20h – Outra História de Amor – Humberto Pedrancini/Ruth Guimarães/Zé Regino (DF)**
Espaço Cultural Renato Russo – Sala Marco Antônio Guimarães
A peça fala sobre a quebra de estigmas do envelhecer por meio de um casal de idosos juntos há 45 anos. O amor é complexo e suas várias camadas continuam a ser acessadas mesmo com o passar do tempo. Em Outra História de Amor, o casal vivido por Ruth Guimarães e Humberto Pedrancini se vê desbravando antigas em novas facetas da relação, desconstruindo e reconstruindo seus laços e mesmo com tanto tempo juntos, ainda se dão ao trabalho de investigar, dançar, questionar e – por quê não? – amar.  Embarque nessa narrativa escrita e dirigida por Zé Regino.

![Depois do Silêncio (Foto: Diego Bresani/Reprodução)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Reproducao_21a0025944.jpg)

**Dulcina e o Festival**
Dulcina de Moraes viveu toda a sua vida dedicada ao teatro. Nasceu em meio a uma turnê, em 1908, e foi batizada com o nome da avó, que também era atriz. Dulcina sempre enfatizou ter nascido no teatro. Estreou nos palcos ainda bebê, roubando a cena em um berço para não fugir aos olhos da mãe. Estreou profissionalmente, ainda adolescente. A partir daí foram inúmeras montagens, durante quase toda a vida (só na companhia Dulcina-Odilon foi uma centena ou mais que isso, segundo seu biógrafo e amigo Sérgio Viotti).

![Palácio do Fim (Foto: Divulgação)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Palacio_do_Fim_Foto_Divulgacao_0c24255fd9.jpg)

Dulcina só diminuiu seu ritmo nos palcos para a realização do que seria o seu maior legado: se mudou para **Brasília** em maio de 1972 para construir o prédio que abrigaria a nova sede da **Fundação Brasileira de Teatro**, fundada no Rio de Janeiro em 1954 e que até hoje batalha pela permanência de suas atividades. A instituição formou milhares de profissionais nas últimas décadas, entre artistas e arte educadores. 

É em memória e reconhecimento ao legado desta grande artista que o **Festival Dulcina** celebra essa trajetória revolucionária e seu impacto na história do teatro brasileiro, no mercado da economia criativa e no processo de profissionalização de seus agentes.

![A Beira do Sol (Foto: Divulgação)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/A_Beira_do_Sol_Foto_Divulgacao_ea89cd2b43.jpg)

**Muito além dos espetáculos**
Se você se interessou por toda essa temática e quer se aprofundar ainda mais no universo teatral de Dulcina de Moraes, poderá conferir a **exposição Acervo Dulcina: Parte I**, no mezanino da **Praça Central do Espaço Cultural Renato Russo**.

Itens inéditos, até então guardados em baús centenários, poderão ser vistos de perto, desvendando um pouco deste ícone do teatro e da construção do complexo cultural encravado no coração de Brasília e que gera tanto fascínio e estranhamento.

![Luiz Gama (Foto: Divulgação)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Luiz_Gama_Foto_Divulgacao_b88f4a3aa7.jpg)

Nos últimos meses, uma nova gestão assumiu a direção da Fundação Brasileira de Teatro (FBT), com uma missão: “abrir os arquivos para contar”, como afirma seu presidente atual, Gilberto Rios. Todo o material tem sido aberto, revelado, organizado e higienizado por uma equipe corajosa que entrou nos calabouços do prédio para garimpar o que poderia ser histórico, para que nada mais se perca com o tempo.  Parte desse acervo faz parte da exposição.

**Serviço
Festival Dulcina**
Quando: a partir de quinta-feira, 3/11
Onde: Espaço Cultural Renato Russo
Preços: a partir de R$10 (meia)