Quem já teve vai concordar que **o diagnóstico “virose” é desolador**. Afinal, o efeito é geralmente avassalador para o corpo: diarreia, gases, inchaço abdominal, vômito, **mal-estar generalizado**. E no combo das viroses gastrointestinais, nenhum sintoma passa despercebido. E, a depender do vírus em questão, a imunidade sente o impacto a curto, médio e longo prazo.
“_Toda vez que a gente tem uma infecção viral, e quando esse equilíbrio é quebrado por um vírus mais patogênico ou por um vírus que acaba se multiplicando mais do que deveria, isso causa um estresse importante no sistema imunológico intestinal e a gente pode ter alterações de permeabilidade do intestino_”, explica a médica **especialista em gastroenterologia Denise de Carvalho**.
![Foto: Anthony Tran / Unsplash](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/anthony_tran_i_e_Pv9_Dxg7_U_unsplash_b260dec7dc.jpg)
A curto prazo, impera o **desconforto** e a possível **desidratação**, decorrente do excesso de líquidos eliminados. A médio prazo (período de dois a cinco dias), o organismo lida com a **dificuldade de absorção dos nutrientes**, que pode levar a quadros de baixa nos níveis de magnésio, sódio, potássio e outros minerais. E, a longo prazo, nas crianças, há a possibilidade do desenvolvimento da **síndrome inflamatória multissistêmica**.
Nesse momento, **cessar os movimentos do intestino** (que trabalha desordenado por conta da virose)** é o maior dos desejos** durante o quadro de disenteria. Mas, especialista afirma que **a solução não é a melhor a ser adotada**, “_isso porque o sintoma é uma reação do corpo que luta contra a infecção_”.
![Foto: Yasuo Takeuchi / Unsplash](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/yasuo_takeuchi_vw_CBWU_4w_Hh_U_unsplash_a4e7625149.jpg)
A orientação é **investir na hidratação** para repor os líquidos e sais minerais. Caso não seja possível via oral, a opção é a reposição dos eletrólitos pela via intravenosa. Já a dor é passível de ser amenizada com o uso de **analgésicos e antiespasmódicos**, que reduzem os movimentos peristálticos.
**Tratamento complementar**
Para além do convencional soro caseiro ou de farmácia, os **suplementos alimentares são aliados na retomada do equilíbrio da microbiota intestinal**. Na prescrição para os pacientes, Denise Carvalho costuma investir em três substâncias que ela classifica como pouco óbvias neste cenário, embora tenham embasamento científico:
**- Glutamina:** ajuda, indiretamente, na imunidade, por conta do efeito sobre a permeabilidade intestinal
**- Creatina:** melhora a permeabilidade intestinal após infecções virais;
**- Melatonina:** reduz estresse oxidativo mitocondrial, favorecendo a recuperação da mitocôndria pós-infecção, agindo diretamente sobre a mucosa.
![Foto: Angel Sinigersky / Unsplash](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/angel_sinigersky_T_Hdm_JFIBEI_8_unsplash_a090d95a14.jpg)
Denise, que também é professora do Puravida PRIME reforça, “_o uso da melatonina, nesses casos – como em outras patologias – deve ser feito à noite, para não interferir no ciclo circadiano_”. Ela explica que “_o sistema digestivo é muito importante para o relógio biológico, então o ideal é que a gente não o confunda_”, evitando criar mais problemas.
E **muita atenção!** Mesmo seguindo todas as recomendações para restabelecer o equilíbrio do organismo durante a passagem da virose, **os exercícios físicos devem ficar fora do _checklist_ do dia** enquanto os sintomas estiverem presentes. “_Cuidado com a atividade física nesse período. Primeiro, para não passar vergonha. Segundo, para não aumentar a isquemia desse sistema digestivo, diminuindo ainda mais a tensão de oxigênio sobre ele_”, alerta a especialista.