A taxa global de **fertilidade** caiu nas últimas décadas. A queda foi de 3,2 nascimentos por mulher, em 1990, para 2,5, em 2019, segundo relatório do **Desa** (Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas). Mundialmente, a **infertilidade** é um problema de saúde que afeta entre 48 milhões de casais e 186 milhões de pessoas, de acordo com a **OMS** (Organização Mundial da Saúde). Só no Brasil, cerca de 8 milhões de indivíduos podem ser **inférteis**, aponta a SBRA (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida)
A OMS define que podem ser inférteis os casais sexualmente ativos que, mesmo sem usar métodos **contraceptivos**, não conseguem **engravidar** no período de 12 meses. As razões são diversas Cerca de 35% dos casos de infertilidade estão relacionados à mulher, 35% estão relacionados ao homem, 20% a ambos e 10% são provocados por causas ainda desconhecidas, estima a SBRA.
![(Foto: Unsplash)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/freestocks_ux53_S_Gp_RAHU_unsplash_1_44feadcf3e.jpg)
Para detectar qual problema afeta determinado **casal**, há exames que analisam disfunções **hormonais** assim como outros que avaliam a quantidade e qualidade do **esperma**. A **investigação** pode não chegar a um resultado preciso, mas indicará um caminho a ser seguido
_“Passado um ano de tentativa, deve-se investigar possíveis problemas de fertilidade. No caso de mulheres com idade acima de 35 anos é recomendado procurar ajuda de um profissional após 6 meses”,_ afirma Marcelo Rufato, embriologista do CEFERP (Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto).
A partir dos 35 anos já se configura o que a **medicina** classifica como gravidez **tardia**. _“Após essa idade, diminuem, consideravelmente, tanto a qualidade, quanto a quantidade dos óvulos, dificultando a concepção naturalmente, além de aumentar os riscos de aborto espontâneo”,_ explica Rufato. Após os 40 anos, segundo ele, a recomendação é buscar ajuda profissional imediatamente.
Entre as possibilidades para casais que não conseguem engravidar, há tratamentos **laboratoriais, cirúrgicos e clínicos**. Os métodos incluem uso de medicação para o casal realizar o tratamento em casa, **cirurgias** para retirar alguma **obstrução** que esteja impedindo a concepção e o tratamento de espermatozoides e óvulos em laboratório. Neste último caso, a técnica pode ser de inseminação artificial ou FIV (fertilização in vitro).
![(Foto: Unsplash)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/john_looy_X3_DZ_1c7_M_Pa4_unsplash_6c94a56758.jpg)
Na **inseminação**, **espermatozoides** selecionados são inseridos dentro do útero. Na FIV, a fertilização é feita no laboratório e só depois o embrião é colocado no útero.
Mesmo com as possíveis **dificuldades**, adiar a gravidez tem sido mais comum. O número de pessoas que engravidaram após os 35 anos cresceu 84% nos últimos 10 anos, segundo dados do **Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde**.
Além disso, a **SisEmbrio** (Sistema Nacional de Produção de Embriões) da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também aponta aumento nos procedimentos de FIV. Em 2021, foram realizados 45.952 ciclos de **fertilização in vitro** no país, enquanto em 2019 foram realizados 43.956 ciclos.
O especialista em **embriologia** finaliza apontando que se algum dos fatores como **endometriose**, **menstruação anovulatória** (irregular e com fluxo pouco frequente), histórico de **infertilidade** na família e baixa produção de espermatozoides forem presentes na vida do casal, a indicação é antecipar a busca por um profissional.