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Adultização infantil: auditoria aponta falhas na proteção de crianças e adolescentes

Levantamento da Atricon revela vulnerabilidade de menores nas redes sociais

Levantamento da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) sobre violência infantil aponta falhas graves na proteção de crianças e adolescentes, que dificultam a realização de denúncias e ampliam o risco de revitimização. Segundo a entidade, apenas 12 estados possuem programas de proteção de testemunhas e denunciantes, e em 19 dos 20 avaliados, há deficiência no atendimento qualificado.

Os dados serão apresentados nesta sexta-feira (15) pelo conselheiro Renato Rainha no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em Manaus (AM). Ele é coordenador da Rede Infocontas e presidente do Comitê de Segurança Pública do Instituto Rui Barbosa (IRB).

Segundo Rainha, os dados evidenciam a vulnerabilidade de crianças no ambiente online. “Sem proteção e atendimento qualificado, vítimas e testemunhas dificilmente denunciam, e muitas crianças acabam revivendo o abuso”, alerta.

O conselheiro também alerta para a gravidade da erotização precoce de crianças e adolescentes, potencializada pela falta de supervisão parental no uso das redes sociais.“A auditoria mostra que a rede de proteção ainda falha em garantir a segurança integral das crianças, o que se agrava com a erotização precoce e os riscos nas redes sociais“, diz. 

“Ambientes virtuais sem supervisão facilitam o acesso de agressores, muitas vezes com potencial de violência semelhante ao do espaço físico. É urgente fortalecer políticas de prevenção, proteção e educação digital para evitar que o abuso se inicie ou se perpetue também no mundo online”, prossegue.

Denúncia de youtuber

O debate sobre a adultização infantil nas redes sociais ganhou fôlego após um vídeo do influenciador Felca viralizar e provocar intensa mobilização pública. No conteúdo, o youtuber expõe casos de exploração e exposição inadequada de crianças em ambientes digitais, questionando tanto o papel de responsáveis quanto a responsabilidade das plataformas que hospedam esse tipo de material.

Publicado no dia 6 de agosto, o conteúdo teve repercussão imediata: em apenas uma semana, Felca ganhou mais de 10 milhões de seguidores, alcançando a marca de 30 milhões. O vídeo no YouTube já soma quase 36 milhões de visualizações, e cortes reproduzidos em outras redes levaram o total para cerca de 66 milhões.

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Edição 42

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