O **câncer de próstata** é o câncer mais comum entre homens, sendo a causa de morte de 28,6% dessa população no Brasil. O **diagnóstico precoce** da doença pode evitar uma grande parcela dessas mortes, no entanto, vem cercado de diversos tabus que devem ser quebrados.
O **oncologista Fernando Sabino**, médico do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Santa Lúcia e especialista em saúde do homem, conta que o **exame de toque retal**, uma das principais maneiras de identificar a doença, “_acaba afastando uma boa parte dos homens do acompanhamento médico, visto que envolve uma questão de sexualidade do homem e também cultural_”.
No entanto, apesar de ainda existir entre a população mais idosa e mais humilde, o tabu vem sendo quebrado com **campanhas de conscientização** como o **Novembro Azul**, feitas desde os anos 2000, assim como com a divulgação de informações nas diversas mídias tradicionais e sociais e mutirões para a realização do exame.
![](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Whats_App_Image_2022_11_01_at_19_02_25_1_e02dddc0ea.jpeg)
**Assintomático** na grande maioria das vezes, o câncer de próstata é uma **doença esporádica**, ou seja, acontece independentemente de qualquer fator genético em cerca de **90% da população**. Nos outros 10%, pode ter algum **componente hereditário** envolvido, como a mutação em um gene chamado RCA 1 ou 2, ou o histórico familiar positivo.
Um dos fatores que indica a herança genética da doença é o surgimento do tumor em homens com **menos de 50 anos de idade**. Segundo Sabino, tanto a Sociedade Americana de Urologia quanto a brasileira recomendam que **todos os homens a partir dos 50 anos façam uma avaliação com o urologista** para definir a idade em que deve ser feito o exame preventivo, que inclui o de toque retal e o de sangue PSA (antígeno prostático específico).
No entanto, aqueles que identificarem os sintomas antes de completarem a idade indicada, devem buscar ajuda médica para realizar o diagnóstico da doença. Alguns dos principais sinais que alertam para o câncer de próstata são **dificuldade para urinar, jato de urina reduzido, dor na região pélvica e, mais raramente, sangramento na urina**.
O médico explica que os tratamentos para a doença dependem de quando é feito o diagnóstico. Se feito no **início**, há mais opções de tratamento com o **intuito curativo**, que vão desde a **cirurgia**, com a retirada completa da próstata, até a utilização da **radioterapia**, que queima o órgão e, consequentemente, o tumor. Nesse caso, em algumas situações, é necessário fazer ainda uma injeção, que bloqueia a produção da testosterona.
“_Entretanto, quando o diagnóstico é feito em uma **fase avançada**, em que o tumor está fora da próstata, já na pelve o paciente ou em outros órgãos, o que é chamado de doença metastática, **a cirurgia não é mais indicada**_”, destaca. Nesse caso, as opções envolvem o **tratamento hormonal**, feito com injeção e associado a comprimidos que devem ser ingeridos diariamente, e até a **quimioterapia**.
![](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Whats_App_Image_2022_11_01_at_19_02_25_77c57e3e34.jpeg)
Porém, para evitar que chegue nessa fase, é importante saber que, assim como outros tipo de câncer, o de próstata tem como fator de risco os **hábitos de vida** dos pacientes. O médico esclarece que o que aumenta a chance de desenvolvimento da doença é a **ingesta excessiva de bebidas alcoólicas**, tabagismo, sedentarismo, sobrepeso e/ou obesidade e também uma dieta com muita carne vermelha, frituras, enlatados e embutidos, como presunto, salame e mortadelas
Por fim, Fernando ressalta que, segundo estudos, o paciente que encara o diagnóstico da doença de maneira **positiva e esperançosa** pode apresentar efeitos colaterais **menores** durante o tratamento. “_É importante manter a **cabeça erguida**, com amor pela vida e positividade, tanto partindo do paciente quanto de sua família e daqueles que o acompanham nessa jornada._”