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Agorafobia: não deixe esse transtorno mudar quem você é

Diversos profissionais de carreiras que visam a interação com o público tendem a sofrer com a doença, comumente confundida com síndrome do pânico e fobia social

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A notícia de que o ator norte-americano Zac Efron, que já esteve em grandes sucessos como High School Musical e Rei do Show, sofre de agorafobia fez com que inúmeros internautas se questionassem os impactos do transtorno e o que ele significa. Por isso, o GPS|Lifetime trouxe o psiquiatra do Instituto Meraki – Saúde Mental, Alisson Marques, e o psicólogo e sócio da Startup Terapia de Bolso, Antônio Gurgel Neto, para esclarecer diversas das dúvidas sobre o assunto.

![Ajuda é fundamental (Foto: adrianna geo/Unsplash/Reprodução)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Reproducao_988920b4e1.jpg)

O ator não está sozinho nessa: artistas como Barbra Streisand, Kim Basinger, Brian Wilson, Macaulay Culkin e até mesmo o jogador de futebol americano Earl Campbell também sofrem com o transtorno, e estima-se que a agorafobia sem as crises de pânico afeta cerca de 2% das mulheres e 1% dos homens, de acordo com dados do laboratório Merck Sharp and Dohme (MSD), um dos maiores do setor farmacêutico global.

**Agorafobia: um transtorno que muda seu comportamento e interações sociais**
>”Refere-se ao comportamento evitativo ou medo a respeito de lugares ou situações em que seja difícil escapar ou que possa não ter ajuda gerando medo e insegurança”, explica o psiquiatra do Instituto Meraki Saúde Mental, Alisson Marques. “Pode ser confundido com transtorno de pânico. Embora a agorafobia tenda a aumentar junto com o histórico de pânico, uma proporção significativa de pessoas tem pânico por muitos anos sem desenvolver limitações agorafóbicas. A crise de pânico pode surgir SEM situações de lugares fechados ou multidões”, completa.

![Multidão (Foto: Timon Studler/Unsplash/Reprodução)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Reproducao_6ea7eb6e2d.jpg)

O transtorno se refere principalmente ao comportamento ansioso ou crises de pânico em relação a locais e/ou situações que não estejam no completo controle da pessoa em questão. Além disso, costuma ser muito confundido com síndrome do pânico.

**Como é feito o diagnóstico?**
>”É o medo patológico, exacerbado, de estar em situações públicas. Como nos casos de outras fobias e transtornos de ansiedade, o diagnóstico é feito por uma equipe multidisciplinar. (…)”, ressalta o o psicólogo e sócio da Startup Terapia de Bolso, Antônio Gurgel Neto. “O cerne desse tratamento está na psicoterapia, onde se trabalha o autodescobrimento, a aquisição de estratégias desses sintomas e desse quadro. Curiosamente, muitas pessoas famosas que trabalham com público foram diagnosticadas com isso. Isso nos diz que esse transtorno, por mais que seja muitas vezes debilitante, pode ser contornado com o devido tratamento e cuidado”, revela.

![Ajuda (Foto: Priscilla Du Preez/Unsplash/Reprodução)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Reproducao_0d0b51b750.jpg)

Em geral, é preciso acompanhamento psicológico e psiquiátrico para avaliação e diagnóstico do caso a fim de, só então, iniciar-se o tratamento adequado. Após isso, em geral recomenda-se as terapias de abordagens cognitivas e comportamentais (TCC), além das devidas medicações.

“O tratamento pode deve ser com medidas não medicamentosa como psicoterapia e medicações como os inibidor seletivos da recaptação da serotonina (ISRS)”, afirma o psiquiatra do Instituto Meraki Saúde Mental, Alisson Marques.

_Atente-se aos sintomas_
Procure ajuda médica caso você ou seu paciente relatem medo acentuado persistente por mais de 6 meses, e/ou ansiedade sobre duas ou mais 2 das seguintes situações:

– Uso de transporte público;
– Estar em espaços abertos (p. ex., estacionamento, mercado);
– Estar em um local fechado (p. ex., lojas, teatros);
– Ficar na fila ou no meio de multidão;
– Estar sozinho fora de casa;
– O medo, a ansiedade e/ou esquiva causam sofrimento significativo ou prejudicam muito o funcionamento social ou ocupacional;
– O medo deve envolver pensamentos em que o escape da situação pode ser difícil ou em que os pacientes não receberiam ajuda caso fiquem incapacitados pelo medo ou ataque de pânico;

![ (Foto: Dim Hou/Unsplash/Reprodução)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Reproducao_a5bf072619.jpg)

>”Durante esse período e tratamento, a adesão, participação, cuidado, atenção e compreensão de amigos e familiares é muito importante: saber diferenciar que o quadro de fobia é um medo patológico, não corresponde à realidade. Sendo, então, um quadro fóbico, a pessoa muitas vezes não tem controle ou condição de sair por conta própria desse estado”, ressalta o psicólogo Antônio Gurgel Neto.

Lembre-se sempre que o medo e a ansiedade injustificada em situações cotidianas, em geral, são desproporcionais à ameaça real que representam. Todos os critérios citados estão presentes na quinta e última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V).