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Cochilo curto ao longo do dia pode melhorar a memória

Estudos mostram que sonecas rápidas aumentam foco, reduzem estresse e até ajudam na prevenção de doenças neurológicas

Em meio ao ritmo acelerado dos dias, há quem encontre, no silêncio breve de um cochilo, um refúgio capaz de renovar corpo e mente. Essa pausa, aparentemente simples, pode funcionar como uma poderosa ferramenta de performance e bem-estar. Pesquisas da Universidade de Berkeley apontam que sonecas estratégicas melhoram o aprendizado em até 10% e elevam o desempenho cognitivo.

Já estudos da Universidade de Georgetown afirmam que o cochilo tem papel no estímulo à criatividade e na redução do estresse, benefícios que ultrapassam o descanso momentâneo. No entanto, como alertam os especialistas, tudo depende do momento e da duração dessa pequena janela de sono.

“O cochilo ideal deve durar de 10 a 20 minutos, proporcionando melhora imediata no alerta, no humor e no desempenho mental, sem causar a inércia do sono”, explica o neurologista Pedro Sudbrack. Segundo ele, essa curta pausa atinge os estágios iniciais do sono (N1 e N2), nos quais há reorganização das sinapses, conexões entre os neurônios, fortalecendo memórias e favorecendo a resolução criativa de problemas.

O período mais indicado para essa prática é entre 13h e 15h, quando ocorre queda natural de atenção devido ao ritmo biológico. “Mesmo cochilos de apenas 10 minutos já demonstram benefícios claros, com efeitos que podem durar de alguns minutos a várias horas”, completa.

A diferença para o sono noturno está na profundidade. Enquanto a soneca atinge apenas fases superficiais, o descanso noturno inclui o sono profundo e o sono REM, cruciais para recuperação física, consolidação de memórias e equilíbrio hormonal. Por isso, o cochilo funciona como complemento, e não substituto, do sono. Sudbrack ressalta que pessoas com insônia ou ansiedade devem adotar a prática com cautela, optando por sonecas curtas e antes das 15h.

No ambiente corporativo, empresas que oferecem salas de descanso ou nap pods registram aumentos em produtividade, criatividade e bem-estar. “A adesão a cochilos curtos e bem programados (10‑20 min após almoço) é chave para evitar interferir no ritmo de trabalho”, comenta o especialista. Há ainda estudos que sugerem que cochilos curtos e regulares no início da tarde podem reduzir níveis de beta-amiloide no cérebro, proteína associada ao Alzheimer.

“Cochilar não é preguiça; é ciência aplicada ao bem-estar”, resume o neurologista Pedro Sudbrack. Quando feito na medida certa, o hábito pode melhorar o desempenho diário, preservar a saúde mental e até proteger o cérebro a longo prazo. O segredo está em respeitar os sinais do corpo, criar um ambiente tranquilo e entender que a soneca é uma aliada — desde que bem planejada.

Estudos longitudinais em idosos indicam que cochilos longos ou frequentes, especialmente aqueles com duração superior a uma hora por dia ou realizados pela manhã ,estão associados a um maior risco de demência. Por outro lado, cochilos curtos e regulares, feitos no início da tarde, foram ligados a níveis mais baixos de beta-amiloide no cérebro, proteína relacionada ao Alzheimer, sugerindo um efeito potencialmente protetor para a saúde cognitiva.

Apesar dos benefícios, o cochilo não substitui o sono noturno, que é indispensável para funções essenciais como a consolidação da memória, a regulação imunológica e o equilíbrio hormonal. O cochilo funciona como um complemento, ajudando a aliviar a sonolência e restaurar parte da performance cognitiva, mas não deve ser visto como alternativa ao descanso completo da noite.

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Edição 42

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