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Cavalos que curam: hípicas de Brasília oferecem equoterapia para reabilitação e bem-estar

Técnica terapêutica com os animais beneficia pessoas de todas as idades

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Desde 2012, o Centro Hípico do Parque da Cidade, em Brasília, abre as porteiras para um projeto que une saúde, inclusão e contato com a natureza: a equoterapia. Sob a coordenação de Almir Vieira, proprietário do espaço, a iniciativa utiliza cavalos especialmente treinados para auxiliar no desenvolvimento de pessoas com autismo, síndrome de Down, ansiedade, sequelas de acidentes e outras condições que afetam a mobilidade e o bem-estar.

“O cavalo é fundamental para o desenvolvimento. O movimento que ele proporciona ao praticante ajuda a melhorar a postura, os músculos e até o estado emocional. Muitos pais relatam que seus filhos chegam em casa mais calmos depois das sessões”, afirma.

A técnica, reconhecida pela Associação Nacional de Equoterapia (Ande), combina recursos da equitação e de áreas como fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia e educação. Inclusive, a prática ganhou uma data e o dia 9 de agosto é o Dia Nacional da Equoterapia.

Os atendimentos no Parque da Cidade já chegaram a beneficiar cerca de 400 pacientes por mês, de forma gratuita, por meio de projetos financiados com emendas parlamentares. Em dois anos, foram mais de oito mil sessões realizadas. Os cavalos escolhidos para a atividade são dóceis, de andadura suave e treinados para proporcionar segurança e conforto.

Hoje, temos seis animais dedicados exclusivamente à equoterapia. Eles precisam ser tranquilos, pois o movimento deles é o que faz o corpo do praticante se ajustar, movimentar as pernas e ganhar confiança”, explica.

Outros lugares da cidade, como o Brasília Country Club e a Sociedade Hípica de Brasília também oferecem a modalidade. 

A psicóloga e instrutora de equoterapia Priscila Almeida acompanha de perto a evolução dos pacientes e reforça os múltiplos benefícios. “Em pessoas com Transtorno do Espectro Autista, observamos melhora nas interações sociais, na confiança, na comunicação e na coordenação motora. O contato com o animal ajuda muito na sociabilidade, especialmente em crianças que têm essa dificuldade. Além disso, a rotina das sessões é importante para quem está dentro do espectro“, diz.

Segundo Priscila, os ganhos também são expressivos em casos de limitações físicas. “Temos uma paciente com paralisia que vem toda semana há mais de cinco anos. O movimento do cavalo ajuda a trabalhar a musculatura como se a pessoa estivesse andando. Também atendemos um paciente que sofreu um AVC e apresentava limitação no lado direito do corpo. Com os exercícios sobre o cavalo, conseguimos melhorar o fortalecimento, o equilíbrio e a coordenação motora“, relata.

Os benefícios, de acordo com a profissional, vão além do físico. “A equoterapia é holística: atua na parte social, psicológica e emocional. Pessoas com ansiedade, por exemplo, também encontram melhora significativa“, completa a psicóloga.

Embora não seja obrigatória a indicação médica para iniciar, a maioria dos praticantes chega encaminhada por psiquiatras, psicólogos ou terapeutas. “Qualquer pessoa pode fazer, mas existem contraindicações, como mulheres grávidas nos últimos meses, por exemplo“, pontua Priscila.

O público que busca a equoterapia é variado: atualmente, crianças, adultos e idosos participam das sessões, que duram cerca de 30 minutos. Além da reabilitação, o projeto também é usado para aproximar pessoas com medo de cavalos ou sem experiência prévia na equitação.

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Edição 42

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