O Ministério das Relações Exteriores expressou “profunda indignação” para o encarregado de negócios dos Estados Unidos (EUA) no Brasil, Gabriel Escobar, por conta das mensagens publicadas pelo Departamento de Estado e pela embaixada americana nas redes sociais.
O encontro foi com Flavio Goldman, que chefia interinamente a Secretaria de Europa e América do Norte do Itamaraty. Para a diplomacia brasileira, o conteúdo configura “clara ingerência” em assuntos internos e traz “ameaças inaceitáveis” a autoridades do país.
Os perfis oficiais do Departamento de Estado e da embaixada dos EUA acusaram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “flagrantes violações de direitos humanos”, afirmando que ele seria “o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores”. As publicações ocorreram dois dias após a ordem de prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
O texto, considerado hostil pelas autoridades brasileiras, advertia que aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas” não deveriam apoiar suas decisões, acrescentando que “a situação está sendo monitorada de perto”.
O Palácio interpreta que a manifestação pública norte-americana rompe protocolos diplomáticos e interfere na soberania brasileira. A embaixada do Brasil está sem representante oficial desde janeiro, Gabriel Escobar segue como interino.
O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores. Suas flagrantes violações de direitos humanos resultaram em sanções pela Lei Magnitsky, determinadas pelo presidente Trump. Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras… https://t.co/mKCsObZASP
— Embaixada EUA Brasil (@EmbaixadaEUA) August 7, 2025