A ciência caminha a passos largos para que pessoas “voltem no tempo” com uma simples pílula movida por Inteligência artificial, garante o geneticista David Sinclair, da Universidade Harvard. Em entrevista ao podcast Moonshots, em julho de 2025, ele afirmou:
“A primeira pessoa que viverá até os 150 anos já nasceu, garantiu o cientista”, revelou Sinclair.
Sinclair é uma das principais vozes quando o assunto é longevidade, e ele acredita que, em menos de uma década, terapias genéticas capazes de reverter o envelhecimento estarão disponíveis para uso clínico.
O trabalho é parte do ambicioso Dog Aging Project, realizado em parceria entre a Texas A&M University e a University of Washington, e prevê ensaios clínicos com humanos até 2026, começando com pacientes que sofrem de doenças oculares.
O custo estimado por terapia, neste início, deve variar entre US$ 300 mil e US$ 2 milhões. A ideia é que, até 2035, a tecnologia se torne mais acessível, com a criação de uma “pílula rejuvenescedora” movida por Inteligência Artificial (IA).
Desafios éticos, sociais e regulatórios
Mas a promessa de estender a vida humana para 120, 130 ou até 150 anos está longe de ser um consenso. De acordo com o Infobae, especialistas em longevidade, como Jan Vijg e Aubrey de Grey, alertam para os desafios éticos, sociais e regulatórios dessas terapias. Grey chama atenção para o risco de acesso desigual a essas tecnologias, enquanto o gerontologista S. Jay Olshansky argumenta que “não basta viver mais, é preciso viver bem”.
A ciência, de fato, vem acumulando avanços. Estudos publicados relatam o rejuvenescimento de órgãos em animais e a ativação de circuitos genéticos ligados à longevidade.
A IA está acelerando esse processo, ao analisar grandes volumes de dados genéticos e prever compostos com potencial antienvelhecimento. Gigantes da biotecnologia nos Estados Unidos, Europa e Ásia já investem bilhões nessa nova fronteira da saúde.
No entanto, o futuro da longevidade também passa pela forma como vivemos hoje. Regiões conhecidas como zonas azuis, – como partes do Japão, Itália e Costa Rica – mostram que alimentação balanceada, convívio social e baixos níveis de estresse podem prolongar a vida de forma natural.
A expectativa global é de 73,4 anos, mas, em países como o Japão, ela ultrapassa 84 anos. Enquanto os debates éticos se multiplicam e os testes seguem em curso, uma coisa é certa: a busca por prolongar a vida é tão antiga quanto a própria humanidade.