Beatriz Lima Leal A exposição Arquétipos, do artista O Bastardo, foi inaugurada no mês de julho na Paula Darzé Galeria de Arte, em Salvador. A mostra mergulha na ancestralidade negra e mostra como ela se conecta com o presente. As obras apresentam figuras e símbolos tradicionais, mas com uma leitura atual, criando pontes entre passado, presente e futuro.
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Entre os personagens retratados está Exu, que aparece não como algo distante ou exótico, mas como uma presença ativa — energia em movimento, guia espiritual e mensageiro das encruzilhadas. Nas telas, sua imagem traz também um olhar político e afetivo, ressaltando a liberdade e a força da cultura negra.
As cores chamam a atenção: amarelos que lembram Oxum, azuis ligados a Ogum e Iemanjá e verdes que remetem a Oxóssi. Esses tons aparecem em cabelos, acessórios, roupas e fundos vibrantes, trazendo uma nova forma de ver os corpos negros, não como lembrança do passado, mas como potência viva de hoje.
Elementos do dia a dia urbano, como marcas de moda, cortes de cabelo, tênis e símbolos da cultura jovem, aparecem misturados com referências à espiritualidade africana, criando um diálogo entre tradição e contemporaneidade.
O Bastardo se apoia no afrofuturismo, mas com uma visão mais próxima da realidade: um futuro possível construído agora, a partir das mãos e da criatividade de pessoas negras. As obras mostram orgulho, pertencimento e liberdade, além de trazer um olhar otimista sobre o que está por vir.
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A curadoria descreve Arquétipos como uma reconstrução de imagens universais, com um ponto de vista negro, plural e cheio de significado. No conjunto, as cores, os corpos retratados e os símbolos urbanos transformam a exposição em um retrato poético e poderoso do Brasil de hoje.
Serviço
Paulo Darzé Galeria de Arte
Funcionamento: Segunda à sexta de 9h às 19h e sábado de 9h às 13h
Endereço: Rua Dr. Chrysippo Aguiar 08, Salvador, Bahia
Contato: (71) 3267-0930/ 99918-6205 (WhatsApp)
