O doce do momento que saiu das redes sociais direto para as vitrines das confeitarias de todo o País está conquistando os paladares dos brasilienses. O famoso morango do amor é um doce com a própria fruta, leite condensado e leite em pó, revestida por uma casquinha vermelha crocante.
Apesar de ser uma fruta, a iguaria leva uma grande quantidade de açúcar, além de ser mergulhada em ingredientes ultraprocessados e extremamente doces, o que acende um grande alerta para a saúde.
A nutricionista Flavia Azevedo explica que o morango é uma fruta rica em vitamina C, antioxidantes e fibras, e costuma fazer parte de uma alimentação saudável, mas quando o assunto é morango do amor, há alguns poréns.
“Muita gente se engana achando que, por ter morango, esse doce é uma opção mais saudável. Mas a verdade é que o corpo absorve rapidamente essa grande quantidade de açúcar, o que provoca picos de glicemia e um aumento considerável de calorias, com pouquíssimo valor nutricional“, observa.
Segundo a especialista, o doce entra na categoria festiva, que precisam ser consumidos de forma esporádica.
A nutricionista pesquisadora em Neurociência do comportamento alimentar, Sophie Deram, fala sobre o perigo dos modismos nas escolhas alimentares.
“Não há nada de errado em experimentar um alimento novo, inclusive esse, que chama a atenção de nosso cérebro por ‘gritar’ ‘açúcar, açúcar, açúcar!’. O problema é quando comemos algo apenas porque todos estão comendo, sem nos perguntar se temos vontade verdadeira. A alimentação é um ato de conexão com o corpo e com o prazer, não uma forma de agradar ou pertencer a um grupo“, explica Sophie.

Foto: Reprodução/Pexels
Pra ela, o mais saudável é conhecer o próprio corpo e fazer as “pazes” com todos os alimentos — sem culpa e sem modinha. “Tudo bem querer experimentar uma novidade, afinal, a curiosidade é parte de uma relação saudável com a comida. Mas a motivação não deveria vir da pressão por ‘não ficar de fora’ de uma modinha”, completa Sophie.
Exagero
Flavia observa que tipo de doce não tem uma recomendação nutricional específica, justamente por não oferecer benefícios reais à saúde. Mas isso não significa que ele não possa ser consumido.
“Uma boa estratégia é dividir com alguém ou escolher versões menores, apenas para matar a vontade sem exageros. O mais importante é manter uma alimentação equilibrada como base e entender que alguns alimentos fazem mais parte da nossa cultura e afeto do que da nossa saúde nutricional“, ressalta a nutricionista.