Durante muito tempo, o uso da toxina botulínica — popularmente como botox — foi restrito à suavização de rugas de expressão, especialmente na testa, entre as sobrancelhas e ao redor dos olhos. Mas a dermatologia estética evoluiu — e o Botox, também. Hoje, com respaldo científico robusto e técnicas cada vez mais refinadas, a toxina botulínica passou a ter um papel muito mais amplo nos tratamentos dermatológicos. E é justamente essa revolução silenciosa — e elegante — que compartilho com vocês.
No meu consultório, em Brasília, venho aplicando há anos a minha técnica exclusiva do Embelezamento do Olhar MC — uma abordagem minuciosa e personalizada com toxina botulínica, que eleva o olhar com naturalidade, restaurando cada beleza individual das sobrancelhas, melhora das simetrias e expressividade preservada. Mas recentemente, com a chegada de novas evidências científicas, passei a utilizar a toxina também em protocolos para tratamento de melasma, rosácea, melhora do viço da pele e redução dos poros dilatados, melhora dos suores nas axilas e rejuvenescimento do pescoço.
As pesquisas são promissoras — e já estão transformando a forma como cuidamos da pele. A seguir, trago as inovações mais relevantes e sofisticadas no uso da toxina botulínica, com base em estudos científicos recentes publicados em revistas internacionais de alto impacto.
Glow Botox: pele iluminada com ciência e sofisticação
Um dos usos mais comentados atualmente é o da Toxina como indutora de viço, uniformidade e brilho natural da pele — o chamado Glow Botox ou Microbotox. Nessa técnica, a toxina é diluída e aplicada de forma superficial, em microgotas distribuídas por todo o rosto. A dose é menor que a usada nos tratamentos clássicos, mas os benefícios são surpreendentes.
Estudos como o publicado na Science Advances (2023) mostraram que a toxina botulínica pode modular mecanismos inflamatórios, reduzir a oleosidade, melhorar a irrigação cutânea e até influenciar a renovação celular — resultando em uma pele mais luminosa, uniforme e suave ao toque.
No dia a dia da clínica, pacientes que já realizavam tratamentos com Botox para rugas se surpreendem com os efeitos dessa aplicação mais superficial: pele mais lisa, com textura refinada e aquele GLOW sutil, elegante e difícil de alcançar apenas com skincare.
Melasma: uma nova perspectiva com botox
O melasma é uma condição multifatorial e crônica, que desafia. As causas envolvem fatores hormonais, exposição solar e inflamação cutânea persistente. O que poucos sabem é que a toxina botulínica tem se mostrado um agente coadjuvante importante no controle do melasma — principalmente pela sua ação anti-inflamatória e moduladora da função vascular.
Um estudo publicado em 2024 no Journal of the American Academy of Dermatology investigou o uso da toxina botulínica como complemento ao tratamento convencional de melasma e encontrou melhoras significativas no clareamento das manchas, com menos recorrência.
Essa atuação ocorre por meio da inibição da liberação de acetilcolina e outras substâncias pró-inflamatórias que estimulam os melanócitos a produzirem pigmento. Ou seja: o Botox não apenas melhora o aspecto da pele, como atua em um dos mecanismos causadores da hiperpigmentação.
Em minha prática clínica, essa abordagem é sempre personalizada. Avalio a extensão das manchas, os tratamentos anteriores e as características de pele da paciente, para compor um plano integrado — muitas vezes combinando luz pulsada, peelings suaves, dermocosméticos de alta performance, algumas indicações intraorais e sessões de microbotox com foco anti-inflamatório.
Rosácea: menos vermelhidão, mais conforto
Quem convive com rosácea sabe o quanto essa condição impacta a autoestima. A vermelhidão persistente, sensação de ardência e a presença de pápulas inflamatórias podem ser difíceis de controlar. Felizmente, a toxina botulínica surge como uma nova aliada.
Uma revisão sistemática publicada na revista Cureus(2024) analisou os principais estudos sobre o uso de Botox em rosácea e concluiu que ele é eficaz para controlar a vasodilatação e reduzir a inflamação cutânea. O mecanismo é neurossensorial: o Botox bloqueia a liberação de neuropeptídeos como a substância P e o CGRP, que estão envolvidos na resposta inflamatória exagerada da pele.
Com essa técnica, é possível melhorar não só a vermelhidão difusa, mas também a textura da pele e o desconforto térmico que muitos pacientes relatam.
Em pacientes bem indicados, esse tratamento tem sido um divisor de águas — especialmente na rosácea vascular, em que há predomínio de flushing, rubor e queimação facial.
Redução de poros: pele refinada com toxina botulínica
Outra indicação cada vez mais popular da toxina botulínica é a redução dos poros dilatados — que, muitas vezes, não respondem bem aos ácidos tópicos ou à limpeza de pele convencional.
Estudos recentes publicados no Journal of CosmeticDermatology e na Springer Dermatology mostraram que a aplicação superficial da toxina reduz a produção de sebo pelas glândulas sebáceas e promove uma contração discreta da musculatura periférica à abertura dos poros — resultando em uma pele com aparência mais uniforme, fresca e elegante.

Foto: Cortesia
Toxina botulínica: uma nova era na dermatologia estética
Essa transformação no uso da toxina botulínica — de um “tratamento para rugas” para uma ferramenta de rejuvenescimento global e manejo de condições dermatológicas — reflete o avanço da medicina estética moderna: mais científica, mais personalizada e voltada para a naturalidade.
Em minha clínica, cada paciente passa por uma avaliação detalhada antes da indicação de qualquer técnica. Minha filosofia é entregar resultados autênticos, em que a paciente se reconheça no espelho — só que com mais confiança, autoestima e beleza.
A toxina botulínica continua sendo uma protagonista nos tratamentos dermatológicos, mas agora com um novo roteiro: menos congelamento, mais brilho, menos inflamação, mais saúde da pele