Bastidores do Supremo Tribunal Federal revelam que por trás do recuo de Alexandre de Moraes, está o incômodo da instituição com as liberdades ilimitadas que “passaram do ponto”, sem consulta aos ministros, quanto a proibição das entrevistas e ameaça de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A suspensão dos vistos dos ministros teria sido o sinal amarelo da Corte Suprema, que iniciou a blingagem intitucional isolando internamente Alexandre de Moraes, com receio dos impactos políticos e institucionais de suas decisões individuais.
Risco de morte financeira
O temor dos ministros não estaria apenas relacionado ao efeito rebote do tarifaço, mas à aplicação da Lei Magnitsky, que determina a ‘pena de morte financeira’ dos agentes envolvidos na queda de braço nacional que envolve censura e ameaças de perda de direitos fundamentais.
A aplicação ao Supremo não é uma especulação: em maio passado, após Bolsonaro se tornar réu por suposta tentativa de golpe de Estado, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, chegou a afirmar haver uma “grande possibilidade” da Lei Magnitsky sancionar Moraes – o relator do processo da suposta tentativa de golpe.
A Lei Magnitsky permite que os Estados Unidos imponham uma série de sanções econômicas e proibição de entrada no País a acusados de grave corrupção ou violações de Direitos Humanos. A entrada nos EUA dos ministros já foi proibida, e a insistência da escalada aponta para a aplicação da Lei, quese concretizada, comprometeria todas as suas movimentações bancárias. No limite, especulam-se que teriam de receber salário em dinheiro vivo.