Um conjunto formado por centenas de telas provenientes de uma única coleção, além de 14 obras cusquenhas, compõem a mostra “Do Privado ao Público – Tesouros de Coleções” a ser exibida de 21 de julho a 2 de agosto na James Lisboa Escritório de Arte. Ambas as coleções dividem o espaço expositivo do local pelo mesmo período e, após exibição, serão leiloadas nos dias 4 e 5 de agosto, online e ao vivo para todo o Brasil via site ou aplicativo da empresa.
De importância internacional, as obras cusquenhas possuem grande valor histórico. Com pouca presença em acervos brasileiros, a arte colonial surgida no século XVII em Cusco, no Peru, é resultado da fusão entre a iconografia cristã europeia e o imaginário indígena andino e é considerada uma das maiores expoentes da pintura sacra nas Américas coloniais. Dona de uma estética peculiar, as criações cusquenhas nasceram da imposição do catolicismo e das missões evangelizadoras após a conquista espanhola e são ricas em douramentos, cores vibrantes e simbolismo.
Cada vez mais raras no Brasil, as obras cusquenhas retratam imagens predominantemente religiosas, destacando santos e passagens bíblicas, mas um dos temas mais comuns da escola cusquenha é a representação da Virgem do Cerro, figura sincrética que funde a Virgem Maria com a montanha sagrada dos incas — um símbolo da resiliência cultural andina. São, além da beleza e relevância histórica, extremamente valorizadas internacionalmente, sendo muito presentes em acervos públicos, e testemunhas visuais do encontro entre culturas durante a colonização.
Já as centenas de telas provenientes de uma única coleção brasileira, criada por obras adquiridas não devido ao valor histórico ou comercial, mas apenas pelo amor à arte ao longo de 50 anos, apresentam nomes como Carybé, Djanira e trabalhos do uruguaio Pedro Figari (1861 – 1938). Nascido em Montevidéu, capital do Uruguai, o pintor, advogado, político, escritor e jornalista Pedro Figari foi figura importante em sua terra natal e profissional ativo nas áreas de conhecimento. Enquanto advogado, teve atuação em casos de repercussão da época; como escritor é dado a ele a autoria em milhares de páginas em diferentes assuntos e, como pintor, estima-se que tenha produzido cerca de quatro mil pinturas a óleo.
Djanira da Motta e Silva (1914 – 1979) e Carybé (1911 – 1997), grandes nomes do cenário artístico no Brasil, também estão entre as obras que compõem mostra e leilão. A obra “Sem Título” de Carybé é um excelente exemplar das cenas cotidianas, culturais religiosas que costumava retratar e pelas quais ficou conhecido. Contemporânea de Carybé, a artista Djanira da Motta e Silva, assim como ele, também pintava temas religiosos, além da diversidade e paisagens brasileiras.
Essas e outras obras podem ser acessadas:
Acervo a ser leiloado em 4 de agosto: https://www.leilaodearte.com/leilao/2025/agosto/264/
Acervo a ser leiloado em 5 de agosto: https://www.leilaodearte.com/leilao/2025/agosto/265/
Descrições de obras
Escola Cusquenha – São Joaquim, Sant’Anna Mestra e Nossa Senhora – 175,5 x 247 cm – óleo sobre tela – séc. XVIII
Pedro Figari – El Paso – 40 x 60 cm – óleo sobre cartão – assinatura inf. dir.
Carybé – Sem Título – 90 x 70 cm – óleo sobre tela – assinatura inf. dir.
Djanira da Motta e Silva – Sem Título – 64 x 80 cm – óleo sobre tela – assinatura inf. dir. 1957
EXPOSIÇÃO
“Do Privado ao Público – Tesouros de Coleções”
De 21 de julho a 02 de agosto
JAMES LISBOA LEILOEIRO OFICIAL
R. Dr. Melo Alves, 397 – Cerqueira Cesar – São Paulo
Horários de visitação:
Segunda a sexta, das 10h às 18h
Sábado das 10h às 14h
LEILÃO
Dias 4 e 5 de agosto – online às 20h
Local: JAMES LISBOA LEILOEIRO OFICIAL
https://www.escritoriodearte.com/
Exclusivamente online transmitido via site ou aplicativo