A cantora Preta Gil, que morreu neste domingo (20), enfrentava uma batalha contra o câncer no intestino desde 2023. Após esgotar as opções de tratamento convencionais disponíveis no Brasil, a artista iniciou, em junho de 2025, um tratamento experimental contra o câncer colorretal nos Estados Unidos.
Preta enfrentou uma longa jornada de cirurgias e quimioterapias, mas a doença progrediu e exigiu novas abordagens. Em 2025, a cantora foi aprovada para participar de um estudo clínico no Virginia Cancer Institute em fase avançada, voltado a pacientes com tumores refratários, ou seja, que não respondem mais às terapias usuais.
A decisão de buscar alternativas nos Estados Unidos foi apoiada pela equipe médica de Preta no Brasil.
Diferente da imunoterapia, que estimula o sistema imunológico do corpo a reconhecer e combater as células cancerígenas, e da quimioterapia, que utiliza medicamentos quimioterápicos para destruir as células cancerígenas, a terapia-alvo, recorrida por Preta, é realizada por meio do ataque às células do câncer com medicamentos desenvolvidos a partir das alterações genéticas do tumor.
Ver essa foto no Instagram
Preta compartilhou parte do tratamento nas redes sociais, mostrando sessões de infusão intravenosa dos medicamentos. O protocolo prevê pelo menos 60 dias de acompanhamento contínuo, com monitoramento rigoroso de respostas e efeitos colaterais. A previsão era que fosse finalizado em agosto.
Embora esse tipo de terapia seja mais comum em casos de câncer hematológico, como leucemias e linfomas, pesquisadores vêm testando seu uso em tumores sólidos, com resultados preliminares animadores. O tratamento estava na fase final de testes e não tinha comprovação científica definitiva.
Segundo especialistas, a escolha de um tratamento experimental se justifica quando o paciente já passou por todas as linhas terapêuticas tradicionais e permanece com progressão da doença. É uma estratégia que visa ampliar a chance de controle da doença, mesmo com medicamentos ainda não aprovados para uso padrão.
Apesar do caráter experimental, os protocolos clínicos seguem rígidos critérios éticos e científicos. Esses estudos envolvem terapias que já demonstraram segurança e algum grau de eficácia em fases anteriores, e agora são testadas em populações maiores para avaliar sua real capacidade de combate ao câncer.