Chegou ao fim neste domingo (20) uma das exposições mais emblemáticas já realizadas por um artista brasileiro fora do País. A mostra Qu’importe le paysage (Que importa a paisagem), do paulistano Lucas Arruda, 41 anos, encerrou sua temporada no prestigiado Musée d’Orsay, em Paris, e marcou um feito inédito: foi a primeira vez que um artista do Hemisfério Sul protagonizou uma exposição individual na instituição francesa.

Lucas Arruda | Foto: reprodução/Art Basel
Durante mais de três meses, de 8 de abril a 20 de julho, o público teve a oportunidade de mergulhar no universo de Arruda, que é conhecido por pintar paisagens imaginárias, que oscilam entre o figurativo e o abstrato.
“Um verdadeiro mestre do gesto pictórico, ele desenvolveu seu trabalho em torno da luz, retratando paisagens de forma consistente e adotando uma abordagem rigorosa que o leva da figuração à abstração”, destaca o museu.
A mostra reuniu 34 quadros da coleção Deserto-modelo, que foram colocadas lado a lado com pinturas de mestres do impressionismo como Cézanne, Monet, Sisley e Pissarro, que já fazem parte do acervo permanente da instituição.
“Lucas consegue capturar um tipo de vibração inspirada na paisagem, a contemplação do céu, do horizonte. Foi natural para nós incluí-lo na sala dos impressionistas, onde sua prática é nutrida”, disse o presidente do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie, Sylvain Amic, sobre a arte do brasileiro.
E quem não conferiu a mostra, não precisa se preocupar. Até o dia 5 de outubro, as obras da coleção estarão expostas no Carré d’Art, importante museu de arte contemporânea de Nîmes, no sul da França, como parte das celebrações do Ano do Brasil na França, iniciativa que promove o intercâmbio cultural entre os dois países.