Desde o dia 1º de janeiro de 2025, a Síndrome de Burnout, ou esgotamento profissional, é oficialmente reconhecida como doença ocupacional no Brasil, ou seja, é considerada uma condição que pode ser adquirida ou agravada por conta do trabalho.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout é uma síndrome causada por estresse crônico no trabalho que não foi administrado com sucesso, e é caracterizada por três elementos principais: exaustão, sentimentos negativos ou cinismo em relação ao trabalho, e eficácia profissional reduzida. Entre os sintomas mais comuns estão cansaço extremo, insônia, dores de cabeça, irritabilidade, perda de produtividade, diminuição da empatia e sensação de esgotamento constante.
Mas o que muitas pessoas não sabem – ou nem imaginam – é que aquelas pessoas em posição de liderança têm um papel fundamental na administração desses sintomas em suas equipes de trabalho, seja em grandes corporações ou até mesmo em pequenos negócios.
Segundo a consultoria global Hogan Assessments, referência em ciência da personalidade aplicada ao mundo corporativo, combater o burnout vai muito além de oferecer programas de bem-estar ou exigir resiliência. É necessário, primeiramente, conhecer os perfis comportamentais dos colaboradores e usar essas informações para liderar com empatia, prevenir riscos e gerar segurança psicológica nas equipes.
“O burnout vai além de um problema pessoal; é um sinal de alerta para a organização”, detalha o vice-presidente de Inovação de Mercado da empresa, Allison Howell. “Quando os líderes entendem os traços de personalidade que influenciam o comportamento no trabalho, conseguem agir de forma preventiva, reduzir o estresse e fortalecer equipes mais saudáveis e resilientes”, explica.
Então, quais são algumas dicas e estratégias que líderes podem adotar para reduzir o esgotamento e promover bem-estar nas equipes?
1. Comunique com intenção, ouça com empatia
Promova uma cultura de diálogo aberto, em que as pessoas se sintam seguras para compartilhar experiências e desafios. Check-ins regulares fazem diferença, mas o formato é importante. Alguns colaboradores se sentem mais à vontade em conversas individuais, enquanto outros preferem espaços em grupo. O segredo está em adaptar a comunicação ao perfil de cada um.
2. Reconheça de forma personalizada
Valorize o esforço e as conquistas, independentemente do tamanho. E lembre-se de que a forma de reconhecimento também impacta. Há quem se motive com elogios públicos e outros que preferem um agradecimento discreto. Personalizar o reconhecimento aumenta significativamente seu efeito.
3. Bem-estar e desempenho caminham juntos
Ofereça recursos de saúde mental, como apoio psicológico ou oficinas de manejo de estresse. Paralelamente, invista no desenvolvimento de habilidades práticas que aliviem a pressão no dia a dia, como organização de tarefas e gestão de prioridades. Desenvolver pessoas é também protegê-las do esgotamento.
4. Modele o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho
Líderes que respeitam seus próprios limites e tiram férias dão o exemplo. Incentive pausas, promova uma cultura na qual o bem-estar é valorizado, e não apenas o desempenho.
Em um cenário em que a fadiga emocional é generalizada, organizações que conhecem melhor suas pessoas, e não apenas tentam gerenciá-las, estão mais preparadas para construir equipes resilientes, reter talentos e alcançar resultados sustentáveis.