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Aliados rejeitam ação do PL e dizem que vitória de Lula é incontestável

PP e Republicanos dizem que não é possível dissociar vitória do petista de bolsonaristas eleitos no primeiro turno
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, durante recepção ao presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, no Palácio do Planalto.

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Os presidentes do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), e do PP, deputado Cláudio Cajado (BA), afirmaram nesta quinta-feira, 24, que **os partidos não foram consultados sobre a ação do PL que pede a anulação de votos de determinadas urnas** no segundo turno da eleição presidencial. As três siglas formaram uma coligação para lançar o presidente Jair Bolsonaro à reeleição.

“_Não fomos consultados. Reconheci o resultado publicamente às 20:28 do dia da eleição_”, declarou Pereira. Cajado, que administra interinamente o PP enquanto Ciro Nogueira exerce o cargo de ministro da Casa Civil, foi na mesma linha. “_Não fui consultado e eles falavam em nome do PL e não em nome da coligação_”, declarou.

Além do PL, **a ação foi protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em nome da coligação eleitoral de Bolsonaro, da qual Republicanos e o PP também faziam parte**. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, solicitou que a solicitação também incluíssem as urnas de primeiro turno, quando o PL elegeu 99 deputados e oito senadores, mas o partido se recusou a fazer isso.

Em resposta, Moraes considerou que a coligação e o partido acionaram a Justiça indevidamente e determinaram o pagamento de multa e o bloqueio das contas das três legendas enquanto ela não fosse paga. **Os presidentes do Republicanos e do PP disseram que vão entrar com um recurso para excluir seus partidos do bloqueio**. “_Será protocolado hoje ainda_”, afirmou Pereira. “_Faremos em conjunto_”, completou Cajado.

Para reforçar sua posição de distância da **iniciativa adotada pelo PL de Valdemar Costa Neto**, condenado pelo escândalo do Mensalão no governo de Lula, mas hoje aliado de Bolsonaro, o presidente do Republicanos divulgou um vídeo gravado logo após o resultado da eleição de segundo turno.

![Presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP): vitórias são incontestáveis (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/Fabio_Rodrigues_Pozzebom_Agencia_Brasil_marcos_pereira_1bb176e3b4.jpg)

>”Tivemos a eleição do ex-presidente Lula. Reconhecemos o resultado. Apoiamos o presidente Bolsonaro até o último minuto, trabalhamos, mas as urnas, o povo escolheu, as urnas são soberanas. Não há porque duvidar do resultado das urnas, não há porque questioná-los”, declarou Marcos Pereira.

Contrariando a ação do PL, que visa apenas questionar o resultado presidencial do primeiro turno, **Pereira reconhece que não dá para dissociar a disputa que Lula venceu das outras, inclusive as que os candidatos do Republicanos venceram**. “_Se não, nós teríamos que questionar a eleição do Tarcísio (eleito governador de São Paulo pelo Republicanos), a eleição do senador Mourão, a eleição da senadora Damares, a eleição do nosso governador, que foi reeleito em primeiro turno lá em Tocantins, Wanderley Barbosa, a eleição dos 41 deputados federais_”, enumerou. “_Não, o resultado está aí, nós não apoiamos o candidato eleito, mas agora precisamos continuar trabalhando em prol do Brasil_”, completou.

**Já o presidente interino do PP chamou a atenção para fato de Ciro Nogueira comandar a transição para o governo Lula pelo lado do atual governo**. De acordo com o dirigente, é “_claro_” que o partido reconhece a vitória de Lula. “_Se o chefe da transição pelo atual governo é o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, e que já praticou os atos da transição, sim, claro (o PP reconhece o resultado da eleição)_”.

O Republicanos declarou que vai adotar **postura de independência** durante o próximo governo Lula, sem se classificar como base ou oposição. Já o PP ainda não decidiu a postura que será tomada.