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Transição federal alerta para falta de dinheiro para a segurança pública

O coordenador de grupos temáticos da equipe de transição, ex-ministro Aloizio Mercadante, afirmou nesta quarta, 23, que há **grave comprometimento das atividades de segurança pública** diante da crise orçamentária.

Segundo ele, o contingenciamento anunciado nesta terça, 22, de **outros R$ 5,6 bilhões**, prejudicará ainda mais a execução de tarefas realizadas pela forças de segurança. As declarações foram feitas no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o governo de transição do **presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)**.

“_Faltam recursos para emissão de passaportes, o que já é conhecido, mas há várias dimensões nesta crise. Também faltam recursos para a manutenção de viaturas_”, disse.

Mercadante ainda declarou que também são necessários recursos para combater o **desmatamento e o garimpo ilegal na Amazônia**. Segundo ele, a região é uma espécie de “_interruptor que liga a luz internacional do Brasil_”.

“_O crime organizado se internacionalizou e tem forte presença na Amazônia. O narcogarimpo. Isso tem que ser uma preocupação do governo_”, disse.

Sem a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para tirar do teto de gastos o Bolsa Família, **haverá uma crise orçamentária em 2023**, disse Mercadante.

O coordenador da transição também declarou que diariamente coletivas de imprensa serão realizadas pelos grupos técnicos para esclarecer os **temas debatidos**. Na próxima sexta-feira, 25, às 11h, ocorrerá uma coletiva do grupo de Saúde.

**Posse**

A equipe de transição aponta que a falta de recursos para a área de segurança no governo Bolsonaro pode comprometer até mesmo os serviços de proteção que devem ser realizados durante a posse do petista em 1º de janeiro de 2023. Um dos coordenadores da transição, o **senador eleito Flávio Dino (PSB-MA)** sustenta que a crise financeira afeta da Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

Segundo ele, a preocupação está ligada a **itens básicos, como o pagamento de diárias** para os policiais que compuserem os planos de segurança, tanto para autoridades nacionais, quanto estrangeiras, além da população que vai acompanhar o ato da posse.

“_O que se tem externado é essa preocupação, porque a posse envolve a mobilização de chefes de Estado de outros países, autoridades de várias nações que se dirigem ao país, naturalmente, para prestigiar a posse, e isso gera uma demanda na Polícia Federal. O quadro é que não tem diária hoje, nem da Polícia Federal, nem da Polícia Rodoviária Federal_”, comentou Flávio Dino. “_Não se trata de aumentar despesas, mas de manter serviços essenciais_”, completou.

Flavio Dino não colocou a posse em questionamento, mas disse que **há preocupação em recomposição de orçamento para garantir a segurança plena do evento**.

“_É dever nosso dizer que é muito difícil prover segurança se não houver a recomposição imediata dos recursos para diárias, porque é preciso mobilizar um contingente adicional, esse é o ponto num evento como a posse_”, comentou **Dino**. “_O doutor Andrei (Passos, diretor da PF) tem feito contatos com o governo do Distrito Federal, mas essa é uma parte a segurança dos chefes de estado. Os indicadores são preocupantes, é preciso que haja alguma recomposição, estamos falando disso, basicamente, para segurança aos visitantes estrangeiros e segurança no próprio evento, no Congresso e no Palácio do Planalto._”

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