A **usina nuclear de Zaporizhzia**, na Ucrânia, a maior da Europa e uma das maiores do mundo, sofreu com enormes explosões ontem, informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que voltou a pedir medidas urgentes para evitar um desastre. Mais cedo, a Energoatom, agência estatal da Ucrânia, acusou a Rússia de realizar bombardeios ao local, enquanto a Rússia acusou Kiev de estar fazendo provocações, uma troca de acusações que vem se repetindo há meses.
Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da agência nuclear da ONU, disse que duas explosões – uma na noite de sábado e outra na manhã de ontem – perto da usina de Zaporizhzia encerraram abruptamente um período de relativa calma em torno da **instalação nuclear** que tem sido palco de combates intensos entre forças russas e ucranianas desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, e foi ocupada pelas tropas russas.
No que parecia ser um novo bombardeio perto e no local, especialistas da AIEA, que estão nas instalações de Zaporizhzia desde que o órgão realizou uma inspeção de segurança no local há menos de três meses, relataram ter ouvido **mais de uma dúzia de explosões em um curto período de tempo** na manhã de domingo.
Vários edifícios, sistemas e equipamentos da usina – nenhum deles crítico para a segurança nuclear da instalação – foram danificados no bombardeio, disse o comunicado da AIEA. Não houve relatos de vítimas. Grossi disse que os relatos de bombardeios eram “_extremamente perturbadores_”. Ele acrescentou: “_Quem quer que esteja por trás disso, deve parar imediatamente_”.
Como já ocorre desde que a usina se tornou palco de ataques, Rússia e Ucrânia trocaram acusações pelos bombardeios. **Moscou acusou as forças ucranianas de dispararem mais de 20 projéteis** de grande calibre contra a central que abriga, entre outras coisas, um depósito de combustível nuclear.
Apesar dos bombardeios, **o nível de radiação na área da central permanece dentro das normas**, diz um comunicado do ministério russo.