A Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Brasília deste ano terá o posicionamento político pela defesa da saúde da população trans. O evento, que acontece neste domingo (6), na Esplanada dos Ministérios, tem como tema central o direito ao acesso a tratamentos de afirmação de gênero no Sistema Único de Saúde (SUS).
O ato cobra a revogação da Resolução nº 2.427/2025 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que limita o atendimento médico a pessoas trans em todo o País.
A medida do CFM tem sido criticada por especialistas, defensores de direitos humanos e entidades da sociedade civil por representar um retrocesso no cuidado integral à saúde de pessoas trans e travestis. Para os organizadores da Parada, essa é uma pauta urgente, que precisa ser debatida e enfrentada com responsabilidade pelo Estado brasileiro.
“Essa resolução é mais uma tentativa cruel de patologizar e controlar os corpos trans. Ela representa um retrocesso perigoso e inaceitável, que fere princípios constitucionais e diretrizes de direitos humanos. É urgente que o CFM revogue essa medida. A saúde é um direito universal e inegociável”, afirma Michel Platini, presidente do Estruturação – Grupo LGBT+ de Brasília.
Entre os destaques do evento está o Trio Taguá Orgulho, considerado o carro mais politizado da manifestação. Com faixas, cartazes, bandeiras e performances, o trio vai levar às ruas a denúncia contra a resolução do CFM. A abertura do cortejo terá a participação do Movimento Trans Unificado, do Coletivo Mães pela Diversidade, de casas de Ballroom do DF e ativistas que irão conduzir uma faixa com quatro metros de extensão com os dizeres que sintetizam o protesto deste ano: “Pela saúde, pelas vidas trans: revoga CFM!”
A programação do trio também contará com apresentações de artistas trans, como as Irmãs de Pau, e DJs da cena local. A proposta é unir arte, política e representatividade em uma celebração que é, ao mesmo tempo, um ato de resistência e reivindicação por políticas públicas inclusivas.
A iniciativa é promovida pelo Estruturação – Grupo LGBT+ de Brasília em parceria com o Centro Brasiliense de Defesa dos Direitos Humanos (CentroDH).
Ao longo do percurso, o coletivo reforçará a importância de manter e ampliar o acesso à saúde de forma digna, segura e sem discriminação, como garantido pela Constituição e pelos princípios do SUS.