O Iguatemi Brasília foi palco de uma ação promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania, que reuniu mais de cem mulheres no restaurante Piselli para acompanharem a entrega das primeiras cinquenta bolsas da campanha Fazer o Bem Tá na Moda.
A iniciativa envolve três partes: mulheres reeducandas da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap-DF), vinculada à Sejus-DF; mulheres com independência financeira; e mulheres em situação de vulnerabilidade no Distrito Federal.
As primeiras são responsáveis por confeccionar cinquenta bolsas. Para elas, o trabalho com a costura vai além de adquirir uma nova habilidade: trata-se de um importante passo rumo à reintegração à sociedade. A cada três dias trabalhados, um dia é descontado da pena, e todas recebem um pagamento equivalente a três quartos do salário mínimo.
A empresária Leila Bessa, que doou os tecidos para a produção das bolsas, compartilhou sua emoção e motivação. “Sempre achei essencial ocupar a mente e oferecer oportunidades reais para essas mulheres”, conta. “Doar tecidos que promovem a capacitação e a ressocialização é uma honra. Tudo que se faz de bem, retorna”, afirma.

Leila Bessa
A segunda parte envolve duzentas mulheres independentes financeiramente, que receberam as bolsas para preenchê-las com itens em bom estado para serem doados, como peças de roupa, sapatos e acessórios que já não usam mais. Durante o evento de lançamento, as bolsas foram distribuídas e devem ser devolvidas, cheias, em até 15 dias.
A jornalista e influenciadora Anna Paola Frade Pimenta da Veiga, madrinha colaboradora da campanha, destacou a força transformadora da iniciativa. “Essa integração com as mulheres privadas de liberdade traz uma luz no fim do túnel, dando oportunidade de se reinventarem. O que elas precisam é que alguém estenda a mão”, acredita.
“Eu não vejo a hora de chegar em casa e encher a minha bolsa com o que tenho de melhor, itens que não uso mais e que podem impactar positivamente a vida de outra mulher. Esse é o verdadeiro sentido do desapego com propósito”, revela.

Anna Paola Frade
Por fim, a última parte que completa a ação são mulheres atendidas pelo Instituto Inclusão de Desenvolvimento e Promoção Social, organização que acolhe pessoas em situação de rua encaminhadas pela Central de Vagas do GDF e oferece atendimento psicossocial, psicopedagógico e oficinas de capacitação.
A pedagoga Taisa Oliveira, representante do instituto, ressaltou como a doação gera autonomia. “As bolsas serão destinadas a um bazar, e toda a verba arrecadada retornará para o acolhimento das mulheres atendidas pela instituição”, entrega. “São pessoas que estão recomeçando, e esse apoio faz toda a diferença”, observa.
Para a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, idealizadora da campanha, o sucesso da primeira edição, que também beneficiou duzentas mulheres, reafirma o poder da mobilização social com propósito.
“Essa campanha representa transformação em diversas frentes: gera oportunidades para mulheres em vulnerabilidade, ressignifica o trabalho das reeducandas e mobiliza a sociedade pelo bem”, garante. “Na primeira edição vimos vidas sendo transformadas; nesta nova etapa, o impacto será igualmente significativo. As mulheres que estão doando compreendem que o desapego com propósito é uma poderosa ferramenta de mudança”, conclui.

Marcela Passamani
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