O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) externou “grave preocupação” com a escalada militar no Oriente Médio e “condenou com veemência” os ataques militares de Israel e, mais recentemente dos Estados Unidos, a instalações nuclerares do Irã. O posicionamento foi feito neste domingo (22) por meio de nota do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Segundo o Itamaraty, a recente ofensiva norte-americana “viola a soberania do Irã e o direito internacional”. “Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica”, diz.
“Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala”, prossegue o governo brasileiro.
O MRE voltou a dizer que defende uma “posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio”.
“O Brasil também repudia ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas, os quais têm provocado crescente número de vítimas e danos a infraestrutura civis, incluindo instalações hospitalares, as quais são especialmente protegidas pelo direito internacional humanitário”, acrescenta.
Por fim, o Itamaraty reafirma a “urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz”. “As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear.”
Ofensiva dos EUA
Na noite de sábado (21), o presidente dos EUA, Donald Trump, comunicou que o país norte-americano bombardeou três instalações nucleares iranianas. O ataque, segundo o republicano, teve como alvo as localidades de Fordow, Natanz e Isfahan, tidas como centros estratégicos do programa nuclear de Teerã.
Após comunicar a ofensiva, Trump disse, em coletiva de imprensa, que a entrada dos norte-americanos na guerra indica que “haverá paz ou uma tragédia para o Irã” e que “essa foi a noite mais difícil de todas”.