Pioneiro da indústria da animação e criador de um dos maiores impérios do entretenimento, Walt Disney ganhará, em breve, um animatrônico dedicado à sua própria história. A figura robótica fará parte do espetáculo Walt Disney – A Magical Life, na Disneyland da Califórnia. Apesar da proposta de celebrar sua vida e legado, a novidade não agradou a família do empresário, que se posicionou de forma contrária à reprodução de sua imagem em formato digital e mecânico.
Em 2024, uma das netas do magnata, Joanna Miller, já havia se posicionado contra o objeto. Em uma publicação realizada no Facebook, ela afirmou que a criação de um boneco de seu avô iria desumaniza-lo. Em recente entrevista ao Los Angeles Times, Miller afirmou que esse nunca foi o desejo de Disney e que um dos maiores erros cometidos pela família foi terem vendido os direitos autorais do nome e imagem do empresário.
Desde então, Joanna tem tentado conscientizar os líderes da atual gestão da empresa de que desconsiderar o legado de seu fundador pode gerar uma repercussão negativa e irreversível. Ela chegou a encaminhar diversos e-mails a colaboradores e até a jornalistas na tentativa de dar visibilidade ao tema, além de buscar contato direto com Bob Iger, atual CEO da companhia.
“Eu sinto que colocado como um animatrônico vai afetar de forma negativa todo o legado do meu avô. Eles vão lembrá-lo como uma máquina, não como um homem”, escreveu Miller em uma das cartas enviadas à Iger, na qual frisa a transformação do avô em “apenas uma caricatura”.
A herdeira do magnata teria visto uma prévia do animatrônico idealizado pela Imagineering, braço de pesquisa e desenvolvimento da The Walt Disney Company, responsável pela criação, design e construção de parques temáticos. “Quando eu vi aquilo, eu comecei a chorar. Para mim, aquele não se parecia com o meu avô”, afirmou ao LA Times.