Pode parecer inofensivo, mas levar medicamentos na bagagem, especialmente para uma viagem ao exterior, pode se transformar em uma grande dor de cabeça, caso o transporte e o armazenamento não sejam feitos da maneira correta. Além disso, certos países exigem permissão especial para a entrada de determinados remédios no território, portanto, é importante pesquisar previamente a política de cada destino.
Caso você viaje aos Emirados Árabes Unidos com dipirona e calmantes sem prescrição médica, é possível que você seja preso. Já no Japão, descongestionantes com pseudoefedrina são proibidos, enquanto rivotril e similares, na Indonésia, são considerados narcóticos.
Na Tailândia, por exemplo, algumas medicações de uso psiquiátrico têm um forte controle. Assim como a Arábia Saudita, o país exige, para diversos remédios, uma autorização do Ministério da Saúde. Índia, Catar e Singapura estão entre as nações que estabelecem a apresentação de receita médica detalhada, legalizada e traduzida para certos rótulos.
Se você vai viajar para o Egito e levar antidepressivos, precisa estar atento, pois, lá, eles podem ser confundidos com entorpecentes. Portanto, a dica mais certeira é: tenha sempre com você a receita médica, de preferência em inglês, assim como a bula original da medicação para evitar possíveis problemas com as autoridades do país.
É preciso, ainda, estar atento ao armazenamento de certos remédios. A depender da composição, caso haja variação de temperatura, o medicamento pode perder a eficácia. É o caso dos termolábeis, como a insulina, Mounjaro e Ozempic, que devem ser armazenados em temperaturas entre 2°C e 8°C.
“Esses medicamentos não devem ser congelados e nem sofrer com as temperaturas extremas. Transportá-los de forma errada pode impactar negativamente em seu funcionamento e até oferecer riscos ao paciente”, explica a farmacêutica Liana Montemor. “É importante lembrar que esses itens não podem estar em contato direto com o gelo, pois evita que o hormônio seja congelado”, acrescenta.
Nas viagens, os frascos devem ser armazenados em bolsa térmica ou caixa de isopor, sem gelo comum ou gelo seco, a fim de evitar contato direto com temperatura negativa. “O gelo que pode ser utilizado é o gelo artificial espuma, com propriedades exclusivas que garantem a estabilidade na manutenção térmica de produtos de cadeia fria”, destaca. Ela alerta, ainda, que as embalagens devem ser qualificadas por um profissional competente antes do uso.
Em viagens de avião, esses medicamentos não devem ser despachados com a bagagem, pois a baixa temperatura no compartimento de cargas pode causar o congelamento.
Para Liana, o tipo e a quantidade de gelos, assim como o recipiente ideal de armazenamento, fazem toda a diferença na manutenção da temperatura. Caso eles sejam alocados de modo aleatório, corre-se o risco de congelar ou aquecer os componentes, e inativá-los.