Em busca de renovar sua abordagem política após eleições anteriores, o PSDB realizou um seminário em Brasília, nesta quinta-feira (24), para revelar novas diretrizes partidárias. Em meio às mudanças, a legenda almeja se distanciar tanto de Jair Bolsonaro (PL) quanto de Lula (PT), adotando uma posição própria.
No evento, o PSDB também resgatou diretrizes do passado, incluindo o retorno do “tucano” ao logotipo, e reabilitou o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), que recentemente foi absolvido pela Justiça.
Presidente da sigla e governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, fez questão de destacar esse momento.
“Quero fazer saudação especial ao Aécio pelo fim do calvário extenso num processo que se instaurou e se revelou de denúncias infundadas e que foi agora cabalmente julgado pela Justiça improcedente.“
Aécio Neves, que já foi candidato à Presidência da República em 2014, ressaltou a confiança de que o partido voltará a ser uma figura proeminente na esfera pública:
“Nunca duvidei que esse dia ia chegar.” Ele também enfatizou o desejo do partido de se tornar uma alternativa viável no cenário político dos próximos anos.
Após desempenhos eleitorais pífios recentes, o PSDB busca revitalizar sua imagem. Embora tenha conseguido eleger três governadores em segundo turno, a legenda enfrentou dificuldades em manter seu histórico controle em São Paulo, perdendo espaço no cenário político.
Para redefinir a trajetória, o partido apresentou novos pilares, incluindo uma economia competitiva e aberta ao mundo, sustentável e uma abordagem de políticas públicas com uma máquina estatal enxuta.
Eduardo Leite expressou a vontade do partido em recuperar a identidade original, mas com uma visão atualizada, evitando a polarização eleitoral.
“A gente está buscando resgatar isso. Nessa reconexão com sentimentos originais do partido, naturalmente com visão atualizada dentro desse novo contexto”, disse.
Embora as últimas eleições tenham sido marcadas pela polarização entre Lula e Bolsonaro, Leite acredita que a polarização será superada, e o PSDB emergirá, segundo os tucanos, como uma alternativa.
Sobre o governo Lula, até o momento, o governador reconheceu “serenidade” no ambiente político, mas também observou declarações que reforçam um discurso que não agrade o ninho.
“De um ponto de vista político, há um pouco de serenidade dos ânimos, embora muitas vezes o presidente acabe falando também em relativizar a democracia”, disse.
