Com brilho nos olhos, alegria na alma e uma autoestima que transborda, Natascha Ewerton, de 25 anos, personifica um Brasil solar, vibrante e sem medo de ser quem é. Psicóloga por formação e influenciadora por vocação, ela encontrou na moda um espaço para expressar a própria identidade. “Tudo começou há uns três anos, quando passei a postar no TikTok. Digo que foi um momento de descoberta mais em relação a minha autoestima do que com a moda em si”, compartilha a jovem.

Foto: Vanessa Castro
Natascha não se encaixa em rótulos. Seu estilo não cabe em cores ou em uma estética definida. “Meu estilo é ser a Natascha brasileira. Eu visto quem eu sou”, resume. No armário da influenciadora não podem faltar as tradicionais Havaianas, saltos plataforma, um bom short jeans e acessórios que conversam com sua personalidade, além de marcas nacionais.
“Me visto para me sentir bonita, para destacar o que eu amo em mim. Seja no Carnaval ou numa terça-feira comum”, comenta, reafirmando que autenticidade é seu verdadeiro look do dia.
Se tivesse que escolher apenas três peças essenciais, Natascha não titubeia, o short jeans é seu primeiro eleito. “Acho ele muito subestimado. As pessoas não dão o valor que o short jeans merece. Ele é versátil, democrático e carrega uma brasilidade que muita gente ignora. É claro que tem ocasiões, não para para usar em uma festa que pede um look social, por exemplo”.
A influenciadora também é fã das plataformas, um meio-termo entre o conforto das Havaianas e a altura dos saltos altos. “Tenho muitos saltos, mas a maioria é plataforma. Elas são confortáveis, têm presença, e, de alguma forma, carregam uma mistura do que é nosso, do que é Brasil”, explica. Para completar o trio, entram os chinelos, símbolo de um estilo descomplicado e genuíno. “É o tipo de peça que fala por si. Simples, mas cheia de identidade”, afirma.
Mais do que uma curadoria estética, o guarda-roupa de Natascha é um exercício de valorização cultural. “A gente subestima muito o que é nosso. E eu quero mostrar que ser brasileira é um orgulho, e uma estética linda”, diz ela, que passou uma temporada fora do Brasil e voltou com um novo olhar sobre a própria identidade.
Foi no reencontro com as ruas do Rio, com os cheiros de Brasília e com o calor do Carnaval que a influenciadora redescobriu sua força. “Não sigo tendências. Nem sei direito o que a Pantone decidiu como cor do ano. Meu estilo vem dos lugares, dos momentos, da emoção”.
Uma das peças mais especiais do acervo de Natascha é o vestido de sua festa de 15 anos, criado pela estilista brasiliense Amanda Guerra. Mais do que um marco na sua trajetória de estilo, ele simboliza o despertar da autoestima e o nascimento de uma nova identidade. “Foi a primeira vez que me olhei no espelho e pensei: eu sou tudo isso mesmo”, relembra.
Até então tímida —“minha mãe me chamava de bicho do mato” —, ela conta que a festa de debutante foi como um ritual de passagem. “Me senti apresentada ao mundo. Ali, eu percebi que gosto de brilho, de glamour, de estar bonita. E tudo bem querer isso”, revela. Desde então, Natascha cultiva esse vínculo emocional com a imagem e acredita no vestir como forma de expressão e cuidado.
Hoje, mais confiante, ela ainda se inspira na adolescente que foi. “Às vezes me visto como a Natascha de 15 anos gostaria de se vestir hoje”.
A moda como forma de transformação e terapia
Para Natascha, moda vai muito além de tendências e estética. É uma chave poderosa de autoconhecimento. Em suas redes sociais, onde soma milhares de seguidores, ela compartilha mais do que dicas de looks, oferece conselhos de autoestima. “Quando me perguntam com o que combinar tal roupa, eu respondo: use o que trouxer você à tona. Se você se sente confortável e verdadeira com o que está vestindo, vai se tornar automaticamente a pessoa mais bonita do ambiente”. A beleza, para ela, está na autenticidade.
Com a sensibilidade de quem estuda psicologia, Natascha entende a moda como uma ferramenta terapêutica. “Quanto mais confortável você está na sua própria pele e na sua roupa, mais bonita você se sente. E isso a psicologia comprova”.
Em tempos onde a juventude lida com pressões, ansiedade e distúrbios emocionais, ela acredita que o universo da beleza pode ser um aliado. “Roupas, maquiagem, cabelo… tudo isso pode ser uma ponte para o autoconhecimento, assim como a terapia. É um jeito de se reconectar com quem você é, de se descobrir”.
Antes de gravar seus vídeos, ela tem um ritual simples: se olha no espelho e conversa consigo mesma. “Parece doido, mas funciona. Me pergunto se a peça valoriza minha personalidade, se expressa o que quero transmitir”, compartilha. Essa prática virou um hábito transformador.
“A moda me repaginou por completo. Foi por meio dela que me reencontrei, me entendi e passei a gostar mais de mim”.
Como futura psicóloga, deixa um conselho. “Busque se conhecer. O autoconhecimento muda tudo. E a moda, se usada com verdade, pode ser o início desse caminho”.