Um peixe-remo — conhecido popularmente como “peixe do fim do mundo” ou “peixe do Juízo Final” — foi encontrado encalhado na praia Ocean Beach, localizada na região da Tasmânia, na Austrália, na última segunda-feira (2). É a primeira vez que a espécie é registrada no país, conforme publicou o jornal britânico The Guardian.
A presença do animal, que costuma habitar águas extremamente profundas, alimenta diversas lendas e superstições ao redor do mundo. Em culturas como a japonesa, o peixe é associado a eventos catastróficos, como terremotos, tsunamis ou tragédias sociais iminentes. Segundo o folclore nipônico, esses seres subiriam à superfície para alertar sobre desastres naturais.
Em cem anos, foram documentados apenas 22 avistamentos, e apenas em 2001 os biólogos conseguiram registrar o peixe vivo na água.
O Regalecus glesne, conhecido como peixe-remo ou peixe-do-juízo-final, é um peixe gigante que vive entre 200 e 1.000 metros de profundidade, podendo ultrapassar 10 metros de comprimento. Seu corpo prateado é longo, com uma barbatana dorsal que vai da cabeça à cauda e uma crista vermelha no topo da cabeça. Por viver em águas profundas, avistá-lo na superfície é raro e envolve mistério.
O exemplar encontrado na Austrália media 2,7 metros de comprimento — um tamanho expressivo, mas ainda pequeno para a espécie, que pode alcançar mais de 9 metros. O peixe chama atenção por sua forma alongada, corpo prateado como uma fita metálica e espinhos vermelhos que lembram uma coroa, além dos grandes olhos que o tornam ainda mais enigmático.
O peixe-remo já foi avistado em outros pontos do planeta, como Estados Unidos, Japão, Chile, México, Vietnã e Tailândia. Em todos os casos, o surgimento da espécie em praias gerou comoção e especulações — tanto científicas quanto místicas.
Pesquisadores explicam que, ao contrário das crenças populares, o aparecimento do peixe na costa geralmente indica que ele está doente ou prestes a morrer, já que vive em regiões profundas e raramente sobe à superfície de forma voluntária. Contudo, a recorrência de relatos em períodos próximos a eventos sísmicos alimenta o imaginário coletivo de que a espécie carrega uma mensagem sombria.