O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (3), encerrando uma sequência de quatro quedas consecutivas. O principal índice da Bolsa brasileira avançou 0,56%, aos 137.546 pontos, em um dia de volatilidade, marcado pela expectativa de medidas para melhorar as contas públicas. O volume negociado foi de R$ 21,8 bilhões.
O mercado passou boa parte do dia no vermelho, refletindo cautela antes da entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de ter trazido um tom mais político do que econômico, Lula sinalizou disposição do governo em buscar soluções para o desequilíbrio fiscal.
Ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e dos presidentes da Câmara e do Senado, Lula afirmou que o governo está empenhado em “colocar as contas fiscais em ordem”. A fala amenizou o receio de que a saída fosse simplesmente aumentar impostos, como o polêmico reajuste no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que vinha sendo ventilado nos últimos dias.
A melhora no sentimento foi sentida tanto na Bolsa quanto no câmbio. O dólar comercial recuou 0,70%, encerrando o dia cotado a R$ 5,6358, na contramão do movimento da moeda americana no exterior. Durante o pregão (período de negociações da bolsa), chegou a bater mínima de R$ 5,6252.
No Ibovespa, os bancos foram os principais responsáveis pela alta do dia, com destaque para Bradesco (ON +1,21%, PN +1,73%) e Santander (+0,75%). Itaú, no entanto, ficou levemente no campo negativo (-0,32%).
O setor de commodities, que vinha segurando o índice nos últimos dias, teve desempenho misto: Petrobras subiu 0,37% nas ações ordinárias, mas caiu 0,26% nas preferenciais; enquanto Vale recuou discretos 0,06%.
Na ponta positiva, os destaques vieram de empresas ligadas ao mercado interno, beneficiadas pela perspectiva de juros mais baixos e melhora no ambiente fiscal: Magazine Luiza disparou 7,44%, Cosan subiu 6,09%, Natura 5,18%, Yduqs 5,05% e São Martinho 5,01%.
Entre as maiores quedas, ficaram JBS (-3,38%), Rede D’Or (-3,04%) e Minerva (-1,56%), refletindo ajustes e realização de lucros.
O ministro Fernando Haddad confirmou que haverá uma nova rodada de reuniões com líderes partidários no próximo domingo (8) para discutir alternativas ao aumento do IOF. Segundo ele, as propostas precisam ser bem calibradas para atender não só ao orçamento de 2025, mas também de 2026, evitando soluções paliativas.