Rafael Badra A icônica Mansão dos Arcos, localizada no Park Way, em Brasília, será homenageada com o prêmio Selo CAU/DF – Arquitetura de Brasília, concedido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal. A cerimônia de entrega ocorrerá no próximo dia 26 de maio, às 10h, na própria mansão, e contará com a presença especial da arquiteta Adriana Filgueiras, filha de João Filgueiras Lima, o Lelé, autor do projeto original.
O reconhecimento se deve à destacada qualidade arquitetônica da residência, à sua boa conservação ao longo das décadas e à sua contribuição relevante para a história da arquitetura moderna brasileira. A escolha da Mansão dos Arcos foi feita pela Câmara Temática do Patrimônio Cultural do CAU/DF, após criteriosa análise técnica.
Idealizada pelo empresário pernambucano Nivaldo Borges, a mansão foi projetada em 1971 e concluída em 1978, após sete anos de construção. Nivaldo, que se estabeleceu em Brasília durante a consolidação da nova capital, encomendou a obra ao arquiteto João Filgueiras Lima, com a intenção de criar uma residência única, tanto no conceito estético quanto funcional. Para a execução dos arcos em tijolos cerâmicos, contou com o trabalho artesanal de um escultor espanhol, que moldou manualmente cada peça, conferindo singularidade à edificação.
Com 2.500 m² de área construída, a Mansão dos Arcos é dividida em dois blocos interligados — um residencial, com dez quartos, e outro voltado ao lazer e à cultura, que inclui cinema com 90 lugares, piscina e sauna. Sua arquitetura, marcada por abóbadas e grandes aberturas, remete a templos antigos e favorece iluminação natural e ventilação cruzada.
Além do valor arquitetônico, o espaço teve relevância cultural e histórica: durante o período da Ditadura Militar, a residência se tornou um polo de resistência artística, promovendo sessões de cinema sem censura. Atualmente, a mansão é também um dos endereços mais requisitados de Brasília para eventos sociais e culturais.
Com o Selo CAU/DF, a Mansão dos Arcos reafirma seu papel como patrimônio simbólico e material da capital federal, representando a força, a criatividade e a identidade da arquitetura brasileira.
