Henrique Neri O presidente Lula confirmou, na quarta-feira (14), que perguntou a Xi Jinping, se poderia enviar ao Brasil uma pessoa de confiança para discutir “questões digitais”, principalmente o TikTok. De acordo com Lula, Xi respondeu que o Brasil tem o direito e o poder de regulamentar redes, até banir a plataforma do País.
“Eu perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança para a gente discutir a questão digital -sobretudo o TikTok”, disse Lula. “E aí a Janja pediu a palavra para explicar o que está acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e as crianças”. “Não é possível a gente continuar com as redes sociais cometendo os absurdos que cometem, e a gente não ter a capacidade de fazer uma regulamentação”.
Com isso, o debate sobre a regularização das redes sociais foi reacendido, no começo do ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Advocacia-Geral da União (AGU) deram novos passos na discussão sobre a adequação das plataformas com a jurisdição brasileira.
Lula se mostrou irritado com o vazamento da conversa de Janja sobre o TikTok, e indagou como a pergunta chegou à imprensa. “A primeira coisa que acho estranho é como é que essa pergunta chegou à imprensa. Porque estavam só os meus ministros lá, o Alcolumbre e o Elmar. Alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa de um jantar muito confidencial e pessoal”, disse Lula.
Lula justificou a fala de Janja por ela “entender mais de rede digital” que ele. “Foi uma coisa normal e ele vai mandar uma pessoa. Isso que importa. Não sei porque alguém achou que isso era novidade e foi falar para imprensa. A pergunta foi minha e eu não me senti incomodado. O fato de a minha mulher pedir a palavra é porque ela não é cidadã de segunda classe, entende mais de rede digital do que eu”.
Já Janja diz ter sido vítima de machismo após as declarações. “Vejo machismo e misoginia da parte de quem presenciou a reunião e repassou de maneira distorcida o que aconteceu. E vejo a amplificação da misoginia por parte da imprensa, e me entristece que essa amplificação tenha o engajamento de mulheres”, afirmou a primeira-dama à CNN.
