O Ministério da Cultura (MinC) manifestou, nesta quinta-feira (1º), “profundo pesar pela morte de Nana Caymmi”, considerada “uma das maiores intérpretes da música brasileira”. A artista faleceu no Rio de Janeiro, aos 84 anos recém-completados, após um longo período de internação para tratar uma arritmia cardíaca.
Nascida em 29 de abril de 1941, no bairro do Grajaú, zona norte da capital fluminense, Nana era filha do compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, além de irmã dos músicos Dori e Danilo Caymmi, com quem dividiu palcos e estúdios.
A estreia profissional de Nana na música aconteceu em 1960, ao lado do pai, com quem gravou “Acalanto”, uma das canções de ninar mais conhecidas da MPB. Seu primeiro álbum solo, intitulado “Nana Caymmi”, foi lançado em 1965, marcando o início de uma carreira que atravessaria décadas.
“Dona de uma voz e um timbre únicos e emblemáticos, a artista faleceu nesta quinta-feira (1°), no Rio de Janeiro, aos 84 anos recém-completados”, registrou o Ministério da Cultura em nota oficial.
Ao longo da trajetória, Nana consolidou-se como intérprete sofisticada, com álbuns como “Nana” (1981), “Mudança dos Ventos” (1983), “Bolero” (1993), “Responde por Mim” (1997), “Desejo” (1998) e “Sem Poupar Coração” (2001). Em 2013, lançou o disco “Caymmi”, ao lado dos irmãos, como homenagem ao legado do pai.
Nana também foi pioneira no Projeto Pixinguinha, promovido pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), ao lado de Ivan Lins, formando a primeira dupla a se apresentar na iniciativa, que começou em agosto de 1977 no Teatro Dulcina (RJ) e percorreu diversas capitais brasileiras.
Com um estilo marcado por interpretações emocionantes e por sua voz poderosa, Nana eternizou sucessos como “Resposta ao Tempo”, “Só Louco” e “Onde Você Estiver”. Ao longo da carreira, foi vencedora de diversas edições do Prêmio da Música Brasileira e indicada ao Grammy Latino, tornando-se referência para gerações de artistas.
“A intérprete de sucessos como ‘Só Louco’, ‘Resposta ao Tempo’ e ‘Onde Você Estiver’, de estilo marcado pela emoção e interpretação profunda, deixa eternizada uma obra de imensa qualidade. O Ministério da Cultura se solidariza com a família, amigos e admiradores de Nana Caymmi, uma das maiores referências da música popular brasileira”, concluiu a nota da pasta.
Até a publicação desta reportagem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não havia se posicionado oficialmente sobre a morte da artista nas redes sociais.