O Zoológico de Brasília celebrou um importante marco em sua missão de conservação da fauna brasileira: o nascimento de 12 filhotes de jararaca-caiçaca (Bothrops moojeni), uma serpente típica do Cerrado e de grande relevância ecológica e científica. Os filhotes nasceram no dia 8 de abril deste ano e permanecem em ambiente reservado, sob observação da equipe técnica, para garantir o desenvolvimento adequado nas primeiras fases de vida.
A reprodução bem-sucedida desses répteis reflete o comprometimento do Zoo com o cuidado animal. A mãe, Tati, e o pai, Cagaita, ambos nascidos no próprio zoológico em novembro de 2014, seguem expostos no Serpentário e podem ser visitados pelo público. A continuidade da espécie em ambiente controlado demonstra que os animais estão em condições ideais de bem-estar, nutrição e ambientação.
Para o diretor-presidente da Fundação Jardim Zoológico de Brasília, Wallison Couto, a reprodução em cativeiro é uma conquista que comprova a dedicação das equipes envolvidas. “O nascimento de novos animais dentro do zoológico é sempre motivo de celebração. Isso mostra que estamos oferecendo um ambiente que respeita o comportamento natural das espécies e proporciona qualidade de vida”, afirmou.
O espaço também desempenha papel essencial na promoção da educação ambiental. Segundo Wallison, o Serpentário permite que visitantes superem o medo de animais como as serpentes. “Muitas vezes, o público chega com receio. Mas, ao conhecer mais sobre essas espécies por meio de experiências educativas, compreendem que elas fazem parte do nosso ecossistema e merecem respeito”, disse.
A coordenadora de Répteis do Zoo, Raiany Cruz, explicou que o manejo das serpentes é realizado de forma minuciosa, com controle de temperatura, dieta balanceada e ambientações compatíveis com o habitat natural. “O processo reprodutivo só ocorre quando o animal está com nutrição, comportamento e bem-estar alinhados. Do contrário, ele não se reproduz”, ressaltou.
Raiany também enfatizou que o serpentário atua como um centro de dessensibilização, aproximando o público das serpentes e desconstruindo mitos. “Nosso objetivo é mostrar esses animais e seus comportamentos para que, caso alguém os encontre na natureza, saiba como agir com respeito. Afinal, são espécies fundamentais para o equilíbrio ecológico, tanto como predadores quanto como presas”, explicou.
Além da importância ecológica, as serpentes também possuem papel significativo na ciência. Substâncias presentes no veneno da jararaca, por exemplo, são utilizadas na produção de medicamentos como o Captopril, amplamente empregado no tratamento da hipertensão.
Com os filhotes sob cuidados técnicos, o Zoológico realiza estudos detalhados que dificilmente seriam possíveis na natureza, como pesagens, análises do veneno em diferentes fases da vida e acompanhamento do crescimento. Essas práticas enriquecem o conhecimento sobre a espécie e contribuem para o desenvolvimento de pesquisas científicas.
Mais nascimentos no Zoo
Nos últimos anos, o Zoológico de Brasília tem sido palco de outros nascimentos relevantes, como o tamanduá-mirim Paçoca, em janeiro de 2024; a anta Pepino, em 2021; o bugio-de-mãos-ruivas, em 2020; e a girafa Ivelise, em 2010. Todos são frutos do trabalho contínuo de monitoramento e cuidado por parte das equipes multidisciplinares.
O Zoológico de Brasília funciona de terça-feira a domingo, das 8h30 às 17h, incluindo feriados. A entrada é gratuita aos domingos e feriados, conforme estabelece o Decreto nº 47.009 do Governo do Distrito Federal. Nos demais dias, os ingressos custam R$ 5 (meia) e R$ 10 (inteira).