O Senado Federal abriu seu plenário, nesta segunda-feira (28), para a sessão solene especial foi convocada para celebrar os 65 anos de Brasília. De autoria dos senadores Izalci Lucas (PL) e Leila Barros (PDT), a homenagem contou com a presença de autoridades como o desembargador Roberval Belinati, primeiro vice-presidente do Tribunal de Justiça do DF e Territórios; de Georges Carlos Fredderico Moreira Seigneur, procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, e de André Kubitschek, bisneto do presidente Juscelino Kubitschek e vice-presidente do Memorial JK, além de Cosette Ramos, pioneira e presidente da Aliança das Mulheres que Amam Brasília (Ama Brasília).
Aberta pelo senador Izalci Lucas, a sessão solene no Senado também teve a presença de escolas do DF e de embaixadores e encarregado de negócios diplomáticos de países como Coreia do Sul, Finlândia, Haiti, Líbano, Macedônia do Norte, Malta, Países Baixos, Palestina, República Dominicana, Rússia, Singapura e Trinidad-Tobago. Também passaram pela Casa presidentes de entidades como a Associação Brasileira de Agência de Viagens, Ana Carolina Medeiros, do Instituto Niemeyer, Paulo Sérgio Niemeyer, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal, Ricardo Reis Meira, e o ex-governador, ex-deputado federal e ex-senador Paulo Octávio.
Estamos hoje aqui para celebrar a nossa capital São 65 anos de Brasília e daqueles que acreditaram, que vieram para cá. Brasília não é apenas uma cidade é um espaço de convivência generoso e democrático Com suas asas abertas sobre o Planalto Central é o centro político e administrativo do País onde pulsa o coração das decisões nacionais. Aqui convergem os rumos da República. Aqui se pensa o Brasil, se debate e se constrói. Brasília é o símbolo da nossa unidade nacional”, discursou Izalci, um dos proponentes da sessão.
Para a senadora Leila Barros, que também foi uma das proponentes da sessão, celebrar um aniversário de Brasília, cidade que a viu nascer e crescer, é uma emoção que não mede que não se mede em palavras. “Eu tenho a honra de ser a primeira mulher eleita senadora pelo Distrito Federal. Sou a primeira filha, primeira neta, primeira geração medalhista no Brasil no vôlei, a primeira secretária de esportes e hoje tenho a honra de ser a primeira mulher nascida eleita pelo Distrito Federal e ainda de ser a primeira também nascida a ocupar este lugar”, disse.
Nessa condição sinto ainda mais forte o peso da responsabilidade e a alegria imensa de representar cada cidadão e cidadã que constrói diariamente essa cidade que é a síntese do nosso Brasil. Foi necessário um líder visionário para transformar esse desejo em realidade. Juscelino Kubitschek, com sua coragem, determinação e amor pelo Brasil ousou fazer história. Sem ele não teríamos essa cidade que é hoje patrimônio cultural da humanidade”, afirmou.
Para a senadora Damares Alves, que também esteve na sessão, Brasília é a capital da inclusão. “Nós falamos, muitas vezes, dos nossos incríveis patrimônios, dos nossos monumentos, das nossas festas e das nossas alegrias. Mas Brasília também se caracteriza por ser uma cidade com as mais incríveis instituições de assistência social, do esporte e da cultura. Eu queria, nesses 65 anos, fazer uma homenagem às instituições que estão lá na ponta, cuidando do nosso povo, especialmente as pessoas com deficiência no Distrito Federal”, afirmou.

André Kubitschek destacou o legado de JK na construção do Brasil moderno
Legado histórico
Bisneto do fundador de Brasília e vice-presidente do Memorial JK, o empresário André Kubitschek destacou a condução democrática de Juscelino à frente da Presidência da República. Ele também disse que a redemocratização no Brasil começa no sepultamento de Juscelino Kubitschek, em 1976. “O mês de abril, para nós, brasileiros, é repleto de fatos significativos. Neste abril de 2025, comemoramos a luta de Tiradentes pela Independência do nosso País, os 65 anos da nossa capital e os 40 anos da redemocratização do Brasil. Temos muitos motivos para celebrar estas importantes conquistas nacionais”, afirmou.
Quando falamos em redemocratização sempre me vem a mente um relato que ouvi sobre o enterro de Juscelino Kubitschek após sua trágica morte, em 1976. Naquele momento de comoção nacional, o povo tomou seu caixão nos braços e o carregou pelas ruas. Neste gesto espontâneo, mas de grande significado, se inicia simbolicamente o processo de redemocratização do País. Quando falamos em democracia, é impossível não nos lembrarmos desse estadista da política nacional, do presidente que construiu democraticamente o Brasil moderno. O seu otimismo contagiou transformou e tirou o País do subdesenvolvimento”, enfatizou.
André Kubitschek ainda lembrou que a era JK foi um dos raros momentos da história onde o País foi conduzido por planos e metas, com um conjunto de ações estruturantes que visavam interiorizar unificar e desenvolver a nação. “Por meio da industrialização, gerou empregos e riquezas. Com o crescimento da produção de energia elétrica, impulsionou fábricas e cidades. Ao abrir estradas interligou os estados e facilitou o escoamento da produção”, avaliou. “Na educação, preparou e instruiu a população para o novo ciclo de progresso em meio a tantas ações bem-sucedidas como coroamento dessa marcha desenvolvimentista ergueu Brasília meta-síntese e símbolo de um Brasil integrado moderno e voltado para o futuro”, completou.
Brasília, como bem pontuou JK, não foi um ato voluntarioso de vaidade pessoal, mas uma cidade pensada, planejada e demarcada pela Missão Cruls, vigente na nossa Constituição de 1891, para estar geograficamente no centro do País, aproximando os estados da sua capital e dos Três Poderes da República. Como disse Lúcio Costa, o sonho Brasília superou a realidade e se consolidou como centro cultural, político, administrativo e econômico”, acrescentou.
Na avaliação do bisneto de JK, esses frutos são vistos até hoje. “O Plano Piloto se multiplicou em 35 novas cidades, que acolhem comerciantes pequenos, médios e grandes empresários. Nossa população tem um alto grau de escolaridade e nosso quadrilátero tem a grandeza de receber brasileiros dos quatro cantos. Aos 65 anos, Brasília foi além da sua beleza arquitetônica, da sua estética singular reconhecida mundialmente e do seu traçado urbano único. Em seis décadas e meia, se transformou em uma força econômica e social provando a capacidade dos brasileiros de aceitar grandes desafios e realizar grandes feitos. Para mim e para tantos brasileiros muito mais do que uma capital é a prova viva de que o impossível pode ser superado quando há sonho coragem e união”, concluiu.