Puppy Yoga: aulas com cãezinhos em Brasília unem fofura com propósito

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Quem imaginaria que uma prática milenar como o yoga poderia se tornar ainda mais encantadora com a presença de filhotinhos de cachorro? Essa é a proposta do puppy yoga, atividade promovida em estúdios que oferecem aulas com a “participação especial” de animais. 

Em Brasília, a Casa Adhara, no Lago Sul, conta com uma parceria com a ONG Aumigos do Quadradinho para proporcionar o momento fofura. A ideia surgiu de forma espontânea, mas o sucesso foi imediato.

A fundadora da Casa Adhara, Ligia Amorim, conta que sempre sonhou em trazer a prática para o espaço, inspirado em exemplos vindos dos Estados Unidos e Europa. A oportunidade veio quando uma aluna voluntária da ONG sugeriu uma aula especial com os cãezinhos resgatados e disponíveis para adoção. “Eu adorei a proposta e aceitei na hora“, relembra. A primeira edição teve as vagas esgotadas em poucas horas — e o mesmo ocorre até hoje, mesmo com duas sessões por evento.

Além dos benefícios físicos e mentais do yoga, as aulas com cachorrinhos oferece algo a mais: uma experiência emocional profunda. A interação com os filhotes cria um ambiente de leveza, afeto e espontaneidade. “Orientamos sempre os alunos a priorizarem o contato com os cachorrinhos durante a prática para aproveitar ao máximo essa experiência única“, explica Ligia.

Esse impacto positivo é reforçado pela psicóloga Leninha Wagner. Segundo ela, os efeitos dessa interação são cientificamente comprovados.

“Há benefícios mentais amplamente comprovados na nossa relação com animais — especialmente com cães — em atividades como o puppy yoga. Isso porque a interação com cães estimula a liberação de oxitocina, hormônio associado ao afeto e à conexão social, além de reduzir os níveis de cortisol, que está relacionado ao estresse. Também há aumento de serotonina e dopamina, neurotransmissores ligados ao prazer, motivação e estabilidade emocional”, explica.

A psicóloga destaca ainda que a presença dos filhotes favorece o foco no momento presente — um dos princípios do yoga. “Esses efeitos bioquímicos promovem uma sensação geral de bem-estar e acolhimento emocional. Em especial, os cães despertam emoções positivas autênticas e espontâneas, o que facilita estados de relaxamento e presença“, comenta.

Para os AUlunos — como os filhotes são carinhosamente apelidados —, a prática é igualmente positiva; além de receberem carinho e atenção, têm a chance de encontrar uma família. Todos os cães presentes são resgatados pela ONG Aumigos do Quadradinho e estão disponíveis para adoção.

Bem-estar em primeiro lugar

O evento também cumpre um importante papel social. Toda a arrecadação das aulas é destinada à ONG, que utiliza os recursos para cobrir custos com ração, atendimento veterinário e castração. “No início, pedíamos um saco de ração como inscrição, mas optamos por solicitar o valor de uma aula avulsa na Casa Adhara, o que oferece mais flexibilidade para que a ONG use os recursos conforme sua necessidade“, conta Ligia. A aula custa R$ 70. 

Além do apoio financeiro, o puppy yoga ajuda a dar visibilidade à causa animal. Os participantes são incentivados a marcar o espaço nas redes sociais, ampliando o alcance e promovendo mais adoções e doações.

Os filhotes que participam são sempre acompanhados por uma equipe de quatro a seis voluntários que garantem sua segurança e conforto durante as aulas. O ambiente é cuidadosamente preparado com brinquedos, petiscos, água fresca e acesso a um jardim. O comportamento natural dos cães é respeitado — ou seja, interações não são forçadas.

A fórmula tem dado tão certo que, após seis edições, não houve um único incidente. “Pelo contrário, os momentos são sempre repletos de diversão, carinho e presença. Os participantes relatam como a experiência faz bem para eles, e notamos que os filhotes também se divertem muito!”, diz a idealizadora do projeto. 

O público não apenas aprova — ele volta. Muitas pessoas participam de várias edições e trazem amigos e familiares. Além de adoções, que são conquistas, a experiência tem um impacto duradouro. “Percebemos que as pessoas se sensibilizam com a causa e passam a entender que adotar é uma escolha muito mais significativa do que comprar“, completa.