Jorge Eduardo Antunes Os olhinhos das crianças de cinco a dez anos estão atentos aos atores que encenam a peça Uma aventura no quadradinho no palco do auditório Márcia Kubitschek, um dos espaços mais privilegiados e confortáveis do Memorial JK. De repente, quando a personagem Capivara aparece, um frenesi percorre os mais de 330 lugares. A agitação é esperada por todos. Afinal, na plateia, estão alunos de escolas públicas do DF, como o Núcleo Bandeirante, e de cidades goianas como Formosa e Planaltina, aprendendo a hist´´oria dentro do maior museu privado da capital.
Os 50 minutos de apresentação envolve o trabalho intenso de sete atores, três técnicos, diretor e assistente, além de cinco pessoas da equipe da Cenário Cultural, empresa que produz eventos educativos junto a escolas há 31 anos. E o mês de abril é todo dedicado ao Memorial JK, à epopeia da construção de Brasília e às lições como preservação da história e da natureza.
Nívio Paiva atua na cultura há 31 anos e traz crianças do DF e Entorno ao espaço em abril. Foto: Jorge Eduardo Antunes
Nívio Paiva, presidente e fundador da Cenário Cultural, vê na parceria com o museu uma chance de incentivar o aprendizado, aliando o teatro à visitação ao museu. “Este projeto já é tradição no mês de aniversário, trazendo crianças de escolas do DF e Entorno, utilizando o teatro como meio de educação e cultura”, destaca, lembrando um adicional im portante: por conta de sua atividade única, o Memorial JK possui convênio de gratuidade de visitação junto às escolas públicas.
Somente este ano, 8 mil alunos passarm pelo Memorial JK em uma semana. Isso dá a Nívio uma satisfação a mais. “Queremos despertar o civismo nas crianças, com amor e responsabilidade com a cidade”, acrescenta o produtor cultural, afirmando que mais de 24 mil alunos foram atendidos pela parceria quatro anos. “E já começaremos a preparar o ano que vem, com a expectativa de trazer mais alunos, pois o feriado deste ano nos atrapalhou”, reforça.
As crianças visitaram todas as principais áreas educativas do Memorial JK. Foto: Jorge Eduardo Antunes
O estímulo da peça é completado por uma experiência imersiva completa. Após a apresentação, todos fizeram uma visita guiada pelo Memorial JK, passando pelas galerias, telas e pela câmara onde o fundador de Brasília repousa para a eternidade. Nas mãozinhas, os celulares não acessam redes sociais, apenas fotografam, garantindo que as lições não serão esquecidas. Ao final, recebem um presente ilustrativo: o livro “A história de Juscelino”, que completa a formação dos pequenos visitantes.
Ao final do passeio, a volta para casa, como ocorreu com todos os visitantes deste mês. Muitas vezes para cidades como Luziânia (GO) e Unaí (MG). Acompanhados dos professores, todos voltam alegres para os ônibus. Nem a chuva que caía perto de meio-dia foi capaz de atrapalhar o entusiasmo da experiência.
É um projeto que toco com amor e carinho há 31 anos. É um prazer estar proporciionando esta oportunidade à criançada das cidades do DF e do Entorno, que os pais, muitas vezes, não têm condições para trazer aqui. É um prazer para todos nós”, define Nívio, com o olhar feliz de quem fez, em um mês, muito pela preservação da história, em conjunto com a presidente do Memorial JK, Anna Christina Kubitschek.
