O Vaticano confirmou, nesta terça-feira (22), que o conclave — cerimônia secreta que elegerá o sucessor do papa Francisco — terá início entre os dias 6 e 11 de maio.
Até lá, milhares de fiéis devem passar pela Basílica de São Pedro, que será aberta à visitação pública a partir de quarta-feira (23), para homenagear o pontífice recentemente falecido.
O conclave reunirá 135 cardeais com menos de 80 anos — os únicos com direito a voto — de várias partes do mundo. Desse total, 108 foram nomeados pelo papa Francisco, o que poderia indicar uma tendência de continuidade em relação à sua linha pastoral mais progressista e reformista.
No entanto, especialistas lembram que a escolha não é necessariamente previsível, pois Francisco também nomeou cardeais mais conservadores em regiões onde esse perfil prevalece, como em diversas dioceses africanas.
Com a mudança no equilíbrio geopolítico da igreja, o conclave deste ano será marcado por uma composição mais diversa. O peso relativo da Ásia e da África cresceu consideravelmente, mesmo que a Europa ainda concentre o maior número de cardeais eleitores.
Como parte das reformas promovidas por Francisco, novos postos foram criados em locais onde antes não havia representação cardinalícia, como o Irã e a Mongólia.
Do Brasil, sete cardeais têm direito a voto no conclave. Cinco deles foram nomeados pelo papa Francisco. Os outros dois — Dom Odilo Scherer, de São Paulo, e Dom João Brás de Aviz, de Brasília — foram escolhidos pelo papa Bento XVI.
Um nome brasileiro desponta entre os possíveis candidatos ao papado: Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador. Próximo de Francisco, ele integrou órgãos relevantes da Cúria Romana e é visto como um potencial sucessor.