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Clarice Lagares: esposa, médica e mãe de dois

Seguir a carreira médica não é uma escolha fácil. Entre plantões, noites sem dormir, residências e especializações, ainda há de sobrar tempo para a vida pessoal, ainda mais quando se é mulher e tem de lidar com a cobrança social em relação à gravidez

 

Clarice Lagares, assim como outras médicas, passou anos focada na profissão e dedicada aos estudos. “Por conta da sobrecarga, eu imaginava que não estaria preparada para ter filhos naquele momento. Na minha cabeça, a maternidade era algo que aconteceria naturalmente, na sequência das fases da minha vida”, conta. 

 

Ao lado de seu marido, também médico, construiu uma carreira sólida e aproveitou para viajar muito sempre que podia. Mas, ao passo em que os filhos não vinham, a exigência da sociedade só aumentava. “Eu orava e pedia a Deus discernimento sobre como eu deveria encarar esse processo: se era para eu ser mãe, que Ele me preparasse, se não fosse da vontade Dele, que ele me ajudasse a aceitar”, comenta. 

 

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Sendo assim, no ápice de seu momento profissional e trabalhando na aceitação de que poderia não ter filhos, Clarice engravidou de maneira natural. Nesse momento, ela parou de trabalhar por conta da pandemia. Conseguiu amamentar a Olívia, agora com dois anos, de forma exclusiva com leite materno até os seis meses e, após iniciada a introdução alimentar, retomou o trabalho na clínica. 

 

“Era um misto de querer aproveitar ao máximo a maternidade e uma vontade de retomar o trabalho por medo e insegurança de que eu não conseguir mais me restabelecer profissionalmente como outrora. Mas, isso é um medo bobo. Olívia sempre foi uma criança tranquila e isso me encorajou a iniciar um Mestrado. Estava plena: sendo mãe, trabalhando e estudando. Eu sentia uma felicidade infinita. Entre uma aula e outra do mestrado, eu amamentava”, confessa.

 

Para a surpresa da médica, quando sua primogênita estava com 11 meses, ela engravidou de Lucas. Nesse período, trabalhou até o barrigão não deixar mais. Segundo a recém mãe de dois, no começo não foi fácil. Era muito enjoo. O jaleco já não servia, as pernas incharam e o cansaço aumentou. 

 

“Isso me fazia pensar em todas as matriarcas que precisavam trabalhar até o momento do parto e que, muitas vezes, não estavam bem. Como o meu olhar mudou em relação a isso. Como eu queria que a sociedade olhasse com mais amor para as grávidas”.

 

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Quando o caçula ainda estava na fase de amamentação exclusiva, ela não retornou ao trabalho, mas já tinha algumas cobranças. “Foi muito árduo o processo de construção profissional, mas o momento de construção de seres humanos bons, com valores, vale eu abrir mão de qualquer coisa”.

 

Os desafios em se dividir entre medicina e maternidade tiveram fases e foram guiados pela meta de dar o seu melhor, mesmo ao lidar com medos e inseguranças. No fim das contas, Clarice conclui o bate-papo com o GPS deixando claro que o balanço que faz é excelente

 

“Eu me sinto completa, feliz, realizada e orgulhosa da mãe que sou e dos filhos que tenho. Ser mãe com mais idade tem suas vantagens: tudo fica mais leve”, conclui. 

 

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