Débora Oliveira A maternidade é um marco transformador na vida de muitas mulheres, repleto de emoções intensas, descobertas e desafios inesperados. Para as mães de primeira viagem, cada instante é uma nova experiência — desde as noites em claro até a primeira palavra, entre dúvidas e aprendizados. Segurar o próprio filho nos braços pela primeira vez é um momento indescritível, mas a jornada vai muito além do encantamento.
O GPS|Brasília conversou com algumas mamães que entre fraldas, amamentação e a busca por equilíbrio compartilham suas vivências, mostrando que a maternidade é um caminho de amor, resiliência e constante evolução. Confira as histórias de Isabelle Lobão, Danielle Alcantara e Elina Porto.
A empresária Isabelle Lobão sempre imaginou a maternidade como um presente de Deus e, depois de casada, passou um ano sonhando com uma gravidez. Um mês após a retirada do DIU, Bebel descobriu a gestação durante uma viagem que fez pela Europa com o marido. “Confesso que fiz o teste sem expectativa nenhuma, foi muito rápido. Fiz mais de três testes para ter certeza, todos deram positivos e ficamos muito felizes. Nós decidimos começar a tentar quando fizesse um ano de casados, então passamos um ano sonhando com nossa família e esse positivo foi o começo do nosso sonho e da nossa família juntos”, conta a empresária.
Bebel descreve sua gravidez como algo leve. “Foi tudo tão maravilhoso desde que descobri que estava grávida, todas as etapas desse processo me surpreenderam. Minha gestação foi iluminada. Graças a Deus não tenho nada para reclamar, não tive um dia de enjoo, de cansaço, nada mesmo”. A empresária que se destaca no ramo de joias descobriu que estava grávida em um momento crucial para sua empresa e, até os oito meses de gestação, precisou conciliar a maternidade com viagens para São Paulo, o que não foi um problema.
Embora tenha sido uma gestação tranquila, Bebel compartilha que se preparou muito para a chegada da primogênita, lendo sobre os desafios da maternidade e estudando o que precisava saber antes da filha nascer. “Eu sempre disse que não queria que minha filha fosse criada por babá, eu queria fazer tudo e ter apenas um apoio, então estudei tudo que eu precisava antes da minha filha nascer. Também tenho algumas amigas que se tornaram mães recentemente e foram essenciais nesse período, me dando várias dicas. Quando a Francesca nasceu, eu estava me sentindo 100% segura”, relata.
Junto com a preparação para a chegada da bebê em termos de estudo, a mamãe de primeira viagem curtiu muito o momento de escolha do enxoval e organização do quarto de Cesca, apelido dado à pequena pelos pais. “Foi um momento maravilhoso, contratei uma assessoria em Miami pra me ajudar com as escolhas de carrinho, bebê conforto, farmacinha e etc. A Babi do Miami Baby Concierge foi maravilhosa e super indico ela. A parte mais gostosa é a de escolher roupinhas e brinquedos, eu e minha mãe passamos uma semana em Miami passeando e escolhendo tudo. Mãe de menina tem esse privilégio, são muitas opções lindas”, conta Bebel.
O parto foi um momento inesquecível para Isabelle, que descreveu o momento como melhor do que poderia imaginar. “Meu parto foi perfeito, muito melhor do que eu esperava”, relembra. Sob os cuidados da médica Narayana, ela se sentiu segura e tranquila ao chegar à maternidade. “Fui montar o quarto, arrumar as lembrancinhas, tirar fotos, estava me sentindo plena”, conta.
O trabalho de parto evoluiu naturalmente e, pouco depois da meia-noite, sua filha veio ao mundo. “O momento foi tão maravilhoso que nem lembro da dor, só da voz da médica dizendo: ‘Nasceu, Belle’, e dela colocando minha filha no meu peito, chorando. Foi um sentimento indescritível”. Além da emoção do nascimento, Isabelle também se surpreendeu com o companheirismo do marido. “Ele estava nervoso antes, mas na hora me deu uma força incrível. Me apaixono por ele cada dia mais, pelo carinho e cuidado que tem comigo e com nossa filha”, conta a empresária.
A chegada de Francesca Lobão Argello, no dia 5 de março, trouxe muitas alegrias, mas também desafios para sua mãe, especialmente nos primeiros dias no hospital. “Realmente aquele papo de mãe—’quando você for mãe, você vai entender’—faz todo sentido”, conta. Apesar de a bebê ser tranquila e dormir bem, a insegurança tomou conta das primeiras noites. “Passei a noite inteira acordada, checando se ela chorava, se estava respirando, anotando quantas fraldas troquei”, relembra.
A adaptação à nova rotina, no entanto, foi mais tranquila do que o esperado. Francesca sempre dormiu longas horas e, por ter uma boa pega desde o nascimento, não precisou ser acordada para mamar. “Nos dois primeiros dias, fiquei em claro, com medo de não ouvir o choro dela. Mas a pediatra Sandra, que é maravilhosa, logo me tranquilizou. Até hoje, Francesca só acordou de madrugada duas vezes”, revela Bebel aliviada.
“Eu tive a sorte de conseguir trazer minha babá para Brasília. Brinco que a Cesca não tem uma babá, ela tem uma terceira avó”, conta a mãe, referindo-se a Ana, que cuidou dela, do irmão e dos primos e que agora acompanha a nova geração da família. Com uma base sólida de conhecimento adquirida antes do parto, a adaptação foi tranquila. “Consegui amamentar sem dificuldades, desde o primeiro dia no hospital fui eu quem trocou todas as fraldas dela”, relembra. Mesmo contando com uma rede de apoio, faz questão de participar de cada momento. “Eu dou todos os banhos, troco as fraldas, amamento exclusivamente no peito e tem sido maravilhoso”, relata Lobão.
A maternidade não mudou a relação de Isabelle com o trabalho e conciliar ambas atividades não foi um problema para a empresária. “Minha empresa funciona de forma parcial virtual e outra metade em São Paulo. Consigo trabalhar de casa todos os dias e entre uma mamada e outra, faço reuniões e assim vou tocando minha empresa que está em um momento importantíssimo de ascensão”, diz Bebel.
Outro momento marcante foi ver a transformação do marido em pai. “Ele dizia que não ia segurar ela até ficar durinha, porque tinha medo. Agora, chega do trabalho e fala: ‘amor, põe no meu colo. Tô segurando direito?’. Eu me emociono todas as vezes.” Aos 15 dias de vida da bebê, ele já a pega sozinho, a embala para dormir e participa ativamente do dia a dia. “Construir uma família com a pessoa que você ama é um sentimento indescritível”, conta Isabelle.
Para as futuras mães de primeira viagem, o conselho é claro: informação e confiança são essenciais. “Se preparem, leiam, pesquisem e não escutem muitos palpites”, orienta. Ela lembra das dúvidas e comentários que ouviu ao longo da gestação, principalmente sobre o parto normal. “A quantidade de gente que falava: ‘nossa, mas por quê? Dói, é perigoso’. Eu nem dava bola. Foi minha escolha e me preparei para isso”. O mesmo aconteceu com a amamentação. “Muita gente me contou relatos de que não teve leite, de que o peito sangrava… Eu foquei nos estudos e me preparei. Graças a Deus, a pega da minha filha foi perfeita e estou tendo tanto leite que todo dia tiro para doar”, sugere a mamãe de primeira viagem Isabelle.
A influenciadora digital Danielle Alcantara estava planejando engravidar quando recebeu a notícia de que o tão desejado resultado positivo já estava lá. “Minha ginecologista havia pedido um exame para contagem de óvulos, porém fiz uma viagem longa e deixei pra realizar o exame quando retornasse, pois bem… quando retornei, já estava grávida. Eu e meu marido ficamos muito felizes, choramos e eu mal acreditava”, contra.
Antes mesmo de saber que estava grávida, a influenciadora já sentia alguns sinais sutis da gestação. “Fiquei tonta algumas vezes antes mesmo de saber”, relembra. Apesar de ter sido um período tranquilo, ela passou por momentos de ansiedade e medo. “Por duas ou três vezes ocorreu um escape, não chegou a ser sangramento, mas me assustou bastante. Preferi parar com atividade física intensa e ficar bem quieta durante a gestação”, conta Dani.
Após o nascimento do bebê, Danielle percebeu que a maternidade era ainda mais transformadora do que imaginava. “É um amor imensurável e inexplicável, parece clichê e muitas falam, mas é o que mais define tudo. Tudo se tornou diferente, é um serzinho indefeso que depende totalmente de você”, diz, emocionada. Para ajudar a ter mais segurança, a influenciadora se preparou para a maternidade fazendo cursos com a Gesto de Amor. “É um curso bem completo e didático, vieram na nossa casa e ensinaram a mim e meu marido desde trocar fraldas, banho, amamentação e todos os cuidados que um bebê precisa”, comenta.
Além da preparação com estudos, Dani conta que um desafio foi montar o enxoval e o quartinho do bebê. “Fiquei muito confusa no começo, eram várias coisas que nunca nem tinha ouvido falar, mas comprei o essencial e depois fui comprando uma coisa ou outra que faltava. Ah, e me permiti montar muitos mini looks, sei que falam que perde rápido, mas tem as fotos”, compartilha a influenciadora.
O parto de Danielle foi um momento inesquecível e repleto de emoções. “Foi perfeito, a médica Julia Alencar, minha obstetra, tornou tudo muito especial, superou minhas expectativas”, conta. O marido esteve presente em cada etapa e sua mãe pôde assistir tudo de uma janelinha. O nascimento aconteceu antes do previsto, mas veio como um verdadeiro presente: “Ben nasceu no Natal, às 8h28 do dia 25/12”, conta a mamãe.
Os primeiros dias com o bebê em casa trouxeram desafios, especialmente a privação de sono e a adaptação à amamentação. “Hoje em dia, o desafio é organizar uma rotina”, explica. “A melhor dica que posso dar é: procurem uma consultora de amamentação, insistam, mas não se violem. O importante é você e o bebê estarem bem”, aconselha Danielle.
A nova rotina trouxe um verdadeiro turbilhão de emoções e mudanças. “A cada mês tem um desafio novo e uma alegria nova também”, conta. O tempo para si mesma se tornou escasso, e momentos simples passaram a ser valorizados. “O primeiro dia que pude lavar o cabelo com calma foi um sonho”, brinca. Mesmo com o apoio do marido e de enfermeiras que fazem plantões noturnos, o instinto materno segue atento. “Ainda assim, fico ligada e levanto várias vezes para checar se o bebê está bem”, confessa.
A maternidade trouxe uma nova perspectiva para a carreira e os projetos pessoais da influenciadora. “Ainda estou me adaptando, mas minha rede de apoio é fundamental nesse momento. Ele é a minha prioridade, e quero trabalhar ainda mais para que no futuro ele tenha orgulho da minha história como mãe e profissional”, afirma. Com o bebê prestes a completar três meses, Danielle optou por desacelerar e dedicar a maior parte do tempo a essa nova fase, retomando suas atividades gradualmente.
Entre tantas emoções vividas até agora, dois momentos marcaram profundamente sua jornada como mãe. “Ouvir a voz dele pela primeira vez foi indescritível”, relembra. Mas foi ao chegar em casa que a emoção tomou conta. “Ele estava com a pulseirinha de recém-nascido escrita ‘Danielle’, e eu chorei muito”, conta. Para ela, cada detalhe dessa fase é um presente que fortalece ainda mais o vínculo com seu filho.
Para as mamães de primeira viagem, Dani aconselha procurar uma obstetra humana e com quem já se identifiquem. “São meses de encontros e dúvidas constantes”, ressalta. Além disso, ela reforça a importância de não ter vergonha de pedir ajuda. “Preparem o companheiro(a) de vocês, pois os hormônios são uma loucura”, complementa. Para ela, é normal se sentir insegura e achar que não vai dar conta, mas o mais importante é fazer o que for melhor para cada mãe, pois “cada gravidez é única”. Por fim, um alerta prático: “Incluam o bebê no plano de saúde logo no início, eu fui mal informada e passei por toda uma dor de cabeça por causa disso”, aconselha.
A empresária russa Elina Porto e o marido planejaram ter um filho, e logo veio a resposta positiva. “A gente já começou a tentar engravidar e foi muito rápido”, relembra ela. Na época, ela estava se preparando para participar de um campeonato de surf em Brasília e começou a sentir um pequeno atraso.
“Eu iria fazer alguns treinos mais pesados, já que o surf é um esporte radical, e meu marido sugeriu: ‘Vamos fazer um teste, porque estamos tentando e você está um pouco atrasada’.”, conta. Para sua surpresa, o teste deu positivo de forma clara, com duas linhas fortes que gritaram sua resposta. “Foi um dos melhores dias da minha vida, lágrimas de felicidade. Esperamos muito por esse momento”, disse a empresária emocionada.
A mãe de primeira viagem compartilha que, como não tinha muita convivência com pessoas que já tinham bebês, o início da maternidade foi cheio de surpresas. “Eu sou a primeira amiga a ter filho e não tenho sobrinhos ou primos pequenos, então não sabia muito bem como seria a rotina nos primeiros meses”, explica.
A empresária confessa que imaginava que o bebê apenas “dormiria e comeria” nos primeiros dias, mas logo percebeu que a realidade era bem diferente. “Eu me preparei muito para o parto, a gravidez foi tranquila, fiz treino até o último dia, malhei, fiz aulas de pilates e cardio, mas o que veio depois eu não estava pronta para enfrentar”, relata.
O pós-parto foi, para ela, uma fase cheia de desafios e responsabilidades. “Nos primeiros meses, a rotina muda completamente, é uma grande responsabilidade e muitas decisões precisam ser tomadas rapidamente”, afirma Elina. Ela menciona também os momentos de insegurança, quando não sabia exatamente como lidar com o choro do bebê, se era algo normal ou se precisava de atenção. “É difícil entender o que está acontecendo, se o bebê precisa de algo ou se o choro é apenas uma fase normal. Essa parte foi realmente difícil”, confessa.
A empresária conta que não criou expectativas muito altas em relação à maternidade, acreditando que o mais importante era viver sua própria experiência. “Eu acho que é melhor a gente não criar nenhuma expectativa, já que cada vivência é de um jeito”, afirma. Ela acredita que muitas pessoas acabam dramatizando o processo, colocando mais peso na jornada do que realmente é necessário. “Eu vi muita gente falando sobre o quanto seria difícil, que não dormiria, e eu pensava, ‘não quero ter essas expectativas, vou me preparar para o pior’“, explica. No entanto, ela acredita que é essencial esperar o melhor e estar preparada para o que vier.
Elina também destaca que, apesar dos desafios, a maternidade é um momento destinado ao filho e deve ser encarado com dedicação. “Vai ser difícil, com certeza, mas as melhores coisas da vida são conquistadas com esforço”, afirma. Embora a rotina do pós-parto a tenha surpreendido por conta da falta de experiência, ela reconhece que o amor incondicional e a dedicação ao filho eram exatamente como imaginava. “O amor e a entrega são imensos, e eu me doo completamente ao meu filho, como sempre imaginei”, comenta.
Entre os momentos mais especiais, Elina destaca a experiência de montar o enxoval. “Compramos a maioria das coisas em Orlando, na Macro Baby, e também trouxemos muitas roupas e brinquedos da Rússia”, revela com entusiasmo. Para ela, escolher cada peça foi uma experiência única e emocionante. “É um momento incrível, ver as roupinhas e tudo o que você sonhou por tanto tempo”. A decoração do quartinho também foi feita com muito carinho, sem o auxílio de um arquiteto, com Elina e o marido criando o projeto juntos. “Decoramos tudo no nosso estilo, mais clássico e liso, sem temas ou cores muito fortes”, compartilha.
Elina se preparou para a maternidade de maneira prática e consciente. “Não li livros, mas fiz o curso de preparação para casais, que ensina cuidados com o bebê”, conta. Ela destaca a importância de programas como o de Dani Rico, que oferece treinamentos desde a gestação até o pós-parto, com aulas de natação e atividades para as mamães e os pequens. Além disso, a empresária se aproximou de mães que abordam a maternidade com leveza, o que considera essencial para viver esse momento com tranquilidade. Para complementar, ela usou um aplicativo chamado Gentle Birth, que oferece meditações para lidar com a ansiedade e preparar o corpo e a mente para o parto e a amamentação.
Entre os momentos mais especiais, a empresária destaca o parto, que foi natural e profundamente significativa para ela. “Sempre soube que queria um parto natural. Para mim, é uma experiência divina, o maior milagre que o corpo da mulher pode vivenciar”, afirma.
A escolha pelo parto normal foi um desejo de vivenciar essa experiência única, apesar dos desafios. Ela se sentiu próxima de Deus durante o processo, que durou 12 horas, e destacou o apoio de sua equipe, incluindo uma doula e uma obstetra especializada em partos naturais. “Foi muito difícil, mas ao mesmo tempo a melhor experiência da minha vida”, relata.
Apesar de ter se preparado intensamente para o parto, a empresária enfrentou um desafio inesperado: a espera. Seu filho nasceu com 41 semanas, o que ultrapassou o tempo estimado. “O médico sugeriu indução, mas eu queria que o parto acontecesse naturalmente”, explica. Mesmo com os riscos envolvidos, como o envelhecimento da placenta e a diminuição das águas, Elina optou por esperar. “Foi uma decisão difícil, mas eu sou muito grata pelo apoio da minha família e por ter esperado até ele nascer”, diz, com gratidão pela experiência.
Nos primeiros dias com o bebê em casa, ela enfrentou a privação de sono, um dos maiores desafios de ser mãe de primeira viagem. “O cansaço se acumula, e você percebe que nem sempre é possível dar conta de tudo”, relata. Além disso, o choro do bebê, sem uma explicação clara, também foi um grande desafio. “É difícil quando você não sabe o que ele precisa, e as cólicas no primeiro mês tornaram tudo mais difícil”, compartilha.
Refletindo sobre a maternidade, Elina menciona o maior desafio que enfrentou: as dúvidas constantes sobre estar fazendo o melhor para o filho. “A falta de experiência traz insegurança, e é difícil não querer que tudo seja perfeito”, revela. Ela observa que, com o tempo, os pais de múltiplos filhos se tornam mais leves, aprendendo a abrir mão do controle e aceitando que a perfeição não faz parte da realidade da maternidade.
