A CAIXA Cultural Brasília abre as portas, nesta terça-feira (18), para a exposição Os Quatro – Grupo de Bagé, que celebra a trajetória de Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves e Carlos Scliar. A mostra reúne mais de 180 obras que destacam a identidade visual e a força criativa do grupo de artistas gaúchos, cuja produção mescla influências modernistas com a representação de elementos regionais. A exposição resgata a importância histórica do coletivo, que marcou a arte brasileira ao transformar cenas do cotidiano e paisagens locais em composições de grande impacto estético e cultural.
Com curadoria de Carolina Grippa e Caroline Hädrich, a mostra apresenta ilustrações dos clubes de gravura de Bagé e Porto Alegre, além de exemplares raros das revistas Horizonte e Senhor. As obras selecionadas percorrem a história do quarteto, que eternizou nas gravuras as atividades e paisagens do interior gaúcho, consolidando sua relevância no cenário artístico nacional.
“A exposição recupera a memória de um dos movimentos artísticos mais importantes do Brasil. Não são apenas gaúchos, mas brasileiros. Eles foram fundamentais para a popularização dos clubes de gravura no Brasil. Tinham um compromisso social para que a arte fosse acessível e não ficasse restrita à elite”, diz Emilio Kalil, diretor-superintendente da Fundação Iberê, que abrigou a mostra em 2019.
Inspirados pelo movimento Taller de Gráfica Popular, do México, o Clube de Gravura de Porto Alegre (fundado em 1950) e o Clube de Gravura de Bagé (1951) se uniram para criar um sistema independente de difusão da arte regional. Esses coletivos foram fundamentais para o desenvolvimento da carreira do grupo, proporcionando visibilidade e oportunidades que, eventualmente, levaram cada um a seguir seu próprio caminho.
Com o encerramento das atividades dos clubes em 1956, os artistas tomaram rumos distintos, mas mantiveram a forte influência de sua formação. Suas produções continuaram marcadas pela presença de elementos gráficos, ilustrações e pela abordagem de temas regionais, frequentemente carregados de crítica social. A exposição busca revisitar essa trajetória, destacando a versatilidade e a riqueza do legado dos quatro artistas.
As obras expostas pertencem a 23 acervos institucionais e particulares, incluindo o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, a Pinacoteca Aldo Locatelli, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu da Gravura Brasileira/FAT/Urcamp e o Instituto Carlos Scliar. Além disso, peças do espólio de Danúbio Gonçalves e Glênio Bianchetti foram gentilmente cedidas por suas famílias.
Serviço
Local: CAIXA Cultural Brasília. SBS Quadra 4 Lotes 3 e 4, Asa Sul, Brasília/DF
Abertura: 18 de março, às 19h
Visitação: de 19 de março a 29 de junho de 2025
Horário: 9h às 21h (terça a domingo)
Entrada Franca
Classificação indicativa: livre para todos os públicos
Acesso para pessoas com deficiência
Informações: (61) 3206-6456 | site da CAIXA Cultural