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Em ato organizado por Silas Malafaia, Bolsonaro pede anistia para envolvidos no 8 de janeiro

Veja no vídeo: ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, também integram a pauta da manifestação

Um ato que pede anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 movimenta a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (16). Organizada pelo pastor Silas Malafaia, a manifestação tem como destaque Jair Bolsonaro (PL), além dos governadores do Rio e São Paulo, Cláudio Castro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), e deputados e senadores integrantes do grupo político que orbita em torno do ex-presidente. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é a única ausência significativa – ela se recupera de uma cirurgia. 

Neste momento, Bolsonaro discursa em um palanque decorado com imagens de Donald Trump e a bandeira dos Estados Unidos. Ele citou casos de presos no 8 de janeiro de 2023 em suas primeiras palavras e chamou familiares de Cleriston Pereira da Cunha, o “Clezão”, que faleceu de um mal súbito em novembro de 2023, na Papuda. O ex-presidente também convocou seus apoiadores para um ato semelhante, em 6 de abril, na Avenida Paulista, em São Paulo. 

Bolsonaro afirmou ainda que, mesmo “preso ou morto”, vai continuar sendo um “problema” para o Supremo Tribunal Federal (STF) e disse ter votos suficientes para emplacar a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro, o que também pode beneficiá-lo. “Eu estava nos Estados Unidos [no dia do vandalismo em Brasília]. Se estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Vou um problema para eles, preso ou morto. Mas deixo acesa a chama da esperança, da libertação do nosso povo”, disse ele, denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) como “líder” do plano golpista para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022.

Bolsonaro afirmou que a pena imposta pelo STF aos vândalos que foram detidos na Praça dos Três Poderes foi calculada para justificar uma condenação de 28 anos de prisão contra ele. “O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil”, disparou.

A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alega já ter votos suficientes para aprovar o projeto. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), prevê que a Casa vai discutir o projeto ainda neste mês.

Já temos votos suficientes para aprovar na Câmara. Nós seremos vitoriosos. Nós veremos aparecer a Justiça. Se não é para aquele outro Poder que existe para isso, pelo Poder Legislativo. Até se o Lula vetar, nós derrubaremos o veto”, declarou o ex-presidente

Bolsonaro citou ainda uma conversa que teve com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que, segundo o ex-presidente, firmou apoio das bancadas do partido no Congresso para a anistia. A sigla integra a base do governo Lula e comanda três ministérios na Esplanada. “Eu inclusive, há poucos dias, tinha um velho problema e resolvi com o Kassab em São Paulo. Ele está ao nosso lado, com a sua bancada, para aprovar a anistia em Brasília”, afirmou.

O ex-presidente também atacou o ministro Alexandrde de Moraes que, segundo ele, teve uma “mão pesada” contra o PL nas eleições de 2022. “Houve sim uma mão pesada do Alexandre de Moraes por ocasião das eleições de 2022. Por exemplo, eu não podia mostrar imagem do Lula defendendo o aborto, eu não podia mostrar imagem do Lula defendendo celular e dizendo que isso era para tomar uma cervejinha, eu não podia mostrar imagens do Lula com ditadores do mundo todo”, disse.

Bolsonaro também voltou a questionar se realmente perdeu o pleito na quantidade de votos e citou o inquérito sigiloso do Supremo. A investigação motivou a sua inelegibilidade até 2030, quando ela foi apresentada a embaixadores em uma reunião no Alvorada. “O nosso governo fez o seu trabalho. Por que perdeu a eleição? Por que perdeu a eleição? Será que a resposta está no inquérito 1.361, secreto até hoje?”, indagou o capitão reformado.

Em tom de campanha para 2026, Bolsonaro pediu aos seus apoiadores que eles elejam metade da Câmara e do Senado. Declarando que o STF “não vai derrotar o bolsonarismo”, o ex-presidente disse que, caso controle o Legislativo, vai “mudar os destinos do Brasil”.

A manifestação foi a quarta convocada pelo ex-presidente desde que deixou a presidência, todas organizadas por Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. O ato é semelhante ao de abril do ano passado, com carros de som estacionados na praia, próximo à Rua Bolívar. O tema é o mesmo também: pedido de anistia para os envolvidos no 8 de janeiro.

Discursos rápidos
Também passaram pelo palanque o senador Flávio Bolsonaro, o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, o pastor Silas Malafaia, o senador Magno Malta (PL-ES) e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Rodrigo Valadares (União-SE), este relator do projeto de lei da anistia. Todos os discursos foram rápidos. 

Antes do início do ato, o líder da oposição, Zucco (PL-RS), puxou gritos de “Lula ladrão” e disse que sua ala política é a hegemônica. “Não tem STF, esquerda, nós somos a maioria”, afirmou. Flávio Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, do STF. “Nós vamos aprovar anistia em breve. O próximo presidente da República é Jair Bolsonaro, sim”, disse. O governador Cláudio Castro, do Rio, tratou Bolsonaro como seu “único candidato”. E Tarcísio de Freitas enalteceu feitos da gestão do ex-presidente e atacou: “Qual razão de afastar Jair Messias das urnas? Medo de perder eleição? Ninguém aguenta arroz caro, feijão caro, ovo caro. Volta Bolsonaro”, disparou.

Outro a falar foi o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. O ato é o primeiro grande evento em que os dois se encontram, após um ano e um mês afastados por determinação do STF. Antes da manifestação, o dirigente partidário se disse animado com o reencontro. Já no discurso, afirmou ter fé na participação de Bolsonaro nas próximas eleições. (Com Estadão Conteúdo)

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