Técnicos da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) se reuniram com auditores do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), na quinta-feira (8), para discutir detalhes do processo de contratação da obra de reforma da Ponte JK.
A interferência da obra no tráfego de veículos foi um dos temas abordado entre os órgãos. Para minimizar os impactos na rotina dos motoristas do Distrito Federal, a Novacap garantiu que a interdição da Ponte JK será parcial.
Segundo a estatal, o bloqueio ocorrerá em duas faixas por vez, uma de cada lado, garantindo que o fluxo de veículos continue de forma controlada.
O encontro contou com a presença do conselheiro Renato Rainha, relator do caso, e teve como foco esclarecer pontos que poderiam gerar questionamentos da Corte.
Entre os principais temas debatidos estavam a garantia da durabilidade da obra, a adequação do orçamento, a logística do trânsito durante a manutenção e a fiscalização da execução dos serviços.
Para assegurar a qualidade e longevidade da reforma, a Novacap estabeleceu critérios rigorosos de desempenho e controle. Segundo os representantes da companhia, serão exigidas garantias de até 25 anos para os cabos estruturais, pintura e demais componentes da ponte.
Além disso, foi levantada a necessidade de solucionar problemas recorrentes nas juntas de dilatação, que passaram por reparos entre 2020 e 2021, mas voltaram a apresentar falhas em 2023.
Um dos desafios apontados pelo TCDF é o diagnóstico preciso da situação dos 12 blocos e pilares que sustentam a ponte, uma vez que estudos anteriores indicaram fissuras em algumas dessas estruturas.
Para a realização dessa inspeção, seria necessário o uso de um microscópio eletrônico de varredura, um equipamento de alta tecnologia que demanda parcerias especializadas. Como alternativa para evitar atrasos, a Novacap propôs um contrato integrado que inclua a inspeção e a execução dos reparos necessários.
O conselheiro Renato Rainha, no entanto, alertou para um possível conflito de interesses caso a mesma empresa fique responsável por ambas as etapas.
“Se a empresa que fizer o diagnóstico for a mesma que executará a obra, pode haver conflitos de interesse”, destacou.
Para garantir a transparência e a correta execução dos serviços, a Novacap já licitou a contratação de uma empresa responsável pelo Acompanhamento Técnico de Obra (ATO). Essa supervisão incluirá ensaios laboratoriais para análise do concreto, modelagem estrutural em 3D e a medição da tensão dos cabos dos arcos da ponte. Paralelamente, o TCDF também designará uma equipe para monitorar a fiscalização da obra.
A Novacap informou que está ajustando o orçamento para contemplar a possibilidade de reparo dos 12 blocos, mas prevê a supressão do serviço caso a inspeção indique que não há deterioração em todas as estruturas.
Além disso, será incluída a logística necessária para a manutenção dos pilares centrais, que exigirá o uso de balsas.