Morre Cacá Diegues; conheça o legado de um dos fundadores do Cinema Novo

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Aos 84 anos, Cacá Diegues morreu na madrugada desta sexta-feira (14), depois de complicações em uma cirurgia. O maceioense Carlos José Fontes Diegues, um dos fundadores do Cinema Novo, teve uma carreira que se estendeu entre os anos 1950 e 2018. 

Apesar de ter nascido em Alagoas, Cacá, filho de um antropólogo e uma fazendeira, cresceu no Rio de Janeiro. Durante sua vida acadêmica, um dos maiores cineastas do Brasil passou pelo curso de Direito da PUC-Rio. 

Posteriormente, criou um cineclube e deu início à sua história no cinema ao lado de David Neves e Arnaldo Jabor, além de ter atuado como diretor de O Metropolitano, jornal da União Metropolitana dos Estudantes. A publicação e o cineclube se tornaram núcleos de fundação do Cinema Novo.

Diegues fez parte do grupo de Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Leon Hirszman, entre outras personalidades. Inspirado no neorrealismo italiano e a Nouvelle Vague francesa, além da cultura brasileira, o movimento foi fundamental para o cinema nacional nos anos 60 e 70.

Com a identidade social como inspiração principal, Cacá produziu filmes populares no País, como Orfeu, Tieta do Agreste, Bye Bye Brasil e Xica da Silva. O nordestino também trabalhou como jornalista e refletia sobre uma utopia brasileira. 

Entre as obras do cineasta que concorrerão ao Oscar estão Xica da Silva, Bye bye, Brasil, Um Trem para as Estrelas, Dias melhores virão, Tieta do Agreste, Orfeu e O Grande Circo Místico.

 

 

 

 

 

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Cacá foi um dos poucos cineastas veteranos que ainda estava em atividade após a promulgação da Lei do Audiovisual em 1993, que incentivou a produção audiovisual nacional. 

Inspirado pela pandemia e pelos acontecimentos políticos, o cineasta deixa para o público a produção Deus Ainda É Brasileiro, uma sequência ainda não lançada de Deus é Brasileiro, de 2003, que começou a ser produzida em 2022.

Com relação à sua vida pessoal, Cacá foi casado com a cantora Nara Leão, entre 1967 e 1977. Juntos tiveram dois filhos, Isabel e Francisco. Contudo, desde 1981, ele era marido da produtora de cinema Renata Almeida Magalhães.

Em 2019, perdeu a filha Flora, vítima de um câncer no cérebro. Carlos José Fontes Diegues deixa três netos.