A definição é imponente: Business Head of People e Employee Experience. Com essa descrição, Lisa Cardoso é uma voz inspiradora quando se trata de diversidade e inclusão no ambiente corporativo nacional.
Com uma trajetória pessoal marcada por experiências únicas, ela compartilha seu conhecimento e a perspectiva sobre a importância dos temas. Lisa, que também integra uma grande indústria nacional do segmento de bebidas, defende que a inclusão é uma pauta fundamental para avançar ainda mais nos cenários corporativos.
“A minha história pessoal é bastante única, pois sou uma filha adotiva, juntamente com meus dois irmãos. À medida que os anos se passaram, as diferenças culturais se tornaram evidentes, mas o amor prevalecia em nossa casa“, revela Lisa.
A experiência como filha adotiva e por ter um irmão que se revelou gay despertaram em Lisa a compreensão da importância da diversidade e inclusão. Essa percepção, naturalmente, se tornou parte integrante de quem ela é.
A inclusão da diversidade nas pautas corporativas não surgiu apenas por uma avaliação pessoal de Lisa, mas também como uma necessidade de readequação das políticas empresariais.
“Aconteceu de forma muito orgânica, uma junção do que o pessoal já clamava com a necessidade empresarial“, afirma ela. Esse movimento proporcionou um ambiente inclusivo e diversificado nas empresas que acreditaram na causa, trazendo benefícios tanto para os colaboradores quanto para os resultados organizacionais.
No caso da atual indústria, Lisa conta que a empresa é um exemplo notável de inclusão. Entre os anos de 2017 e 2018, por exemplo. a corporação iniciou um importante processo de percepção e de valorização da diversidade como um todo, começando pelo aspecto de gênero.
“A presença de mulheres líderes com habilidades aprofundadas pela experiência do maternar trouxe uma maior empatia e sensibilidade para a gestão de equipes, criando um ambiente de trabalho mais colaborativo e inclusivo“, explica. Essa abordagem resultou em uma maior diversidade de ideias e soluções inovadoras, contribuindo para o crescimento e o sucesso dos resultados.
Apesar das conquistas, Lisa reconhece que as políticas de inclusão ainda têm um longo caminho a percorrer para serem plenamente reconhecidas e priorizadas nos ambientes de debate. Ela destaca três áreas, consideradas “chaves”, para intensificar os esforços das empresas: educação e conscientização, políticas internas e parcerias externas.
“Avançar nessa direção requer um esforço conjunto e contínuo de diversos setores da sociedade, incluindo o setor empresarial, que desempenha um papel crucial nesse novo cenário. As empresas têm o poder de influenciar a cultura e as práticas sociais, e isso inclui a promoção de ambientes de trabalho inclusivos e diversificados. Ao adotar políticas e práticas de inclusão, as empresas podem estabelecer um exemplo positivo, mostrando que a diversidade não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também de vantagem competitiva e inovação“, garante.
Segundo ela, é fundamental investir em programas de educação e conscientização que sensibilizem os colaboradores sobre a importância da diversidade e inclusão, implementar políticas internas sólidas e que promovam a igualdade de oportunidades, além de criar parcerias externas com organizações que já tenham a conscientização internalizada.
“Para que todas as minorias sejam verdadeiramente beneficiadas internamente, é importante modular os conteúdos e ensinamentos de forma inclusiva e abrangente. Isso envolve uma abordagem que considere as diferentes identidades, como raça, etnia, gênero, deficiência e origem social, entre outros aspectos. É necessário oferecer treinamentos e programas de conscientização que abordem as diversas formas de discriminação e preconceito, promovendo a empatia e a compreensão das experiências e desafios enfrentados por cada grupo minoritário no tocante a representatividade em locais de tomada de decisão ou liderança”, reforça.
Para que todas as minorias sejam beneficiadas internamente, Lisa ressalta a importância de modular os conteúdos e ensinamentos de forma inclusiva e abrangente. Isso envolve a abordagem de diferentes identidades, como raça, etnia, gênero, deficiência e origem social, além de garantir poder de fala e de participação nas decisões corporativas.
Ao enumerar as estratégias importantes internas, Lisa Cardoso sublinha que o uso de diferentes plataformas de comunicação, como intranet, e-mails, boletins informativos, redes sociais corporativas, blogs e comunicados à imprensa são relevantes. Segundo ela, também é importante incentivar o envolvimento dos colaboradores por meio de concursos, desafios e eventos internos, para que compartilhem suas experiências e ideias sobre inclusão.
A consultora cita, ainda, a busca por parcerias externas com organizações, ONGs e iniciativas da sociedade civil que trabalhem com inclusão e conscientização.
“Ao implementar essas estratégias, as campanhas de conscientização internas têm mais chances de serem bem-sucedidas em alcançar um público externo e ajudar na compreensão e conscientização da sociedade sobre questões de inclusão“, disse.