A já turbulenta relação comercial entre China e Estados Unidos ganhou um novo capítulo de tensão nesta terça-feira (4), com a imposição de tarifas sobre diversos produtos americanos pelo governo chinês. A medida foi uma resposta direta à taxação de 10% sobre bens chineses anunciada no sábado (1º) pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
A Comissão de Tarifas Aduaneiras da China determinou que a partir da próxima segunda-feira (10) o carvão e o gás natural liquefeito provenientes dos EUA passarão a ser taxados em 15%, enquanto o petróleo bruto, as máquinas agrícolas e os veículos de grande potência americanos terão tarifas de 10%. A decisão eleva ainda mais a temperatura da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Além das tarifas, Pequim endureceu sua política de exportações ao anunciar restrições sobre produtos à base de tungstênio, telúrio, bismuto e molibdênio, elementos fundamentais para a indústria de alta tecnologia. A medida pode intensificar ainda mais a disputa, visto que os Estados Unidos dependem desses insumos para setores estratégicos.
Na tentativa de amenizar o clima de confronto, a Casa Branca informou na segunda-feira (3) que Trump conversaria com o presidente chinês, Xi Jinping, ainda nesta terça. No entanto, o histórico de impasses entre os dois líderes torna incerta qualquer possibilidade de trégua. Paralelamente, os EUA sinalizaram uma postura mais flexível com outros parceiros comerciais, suspendendo por 30 dias a imposição de tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá após iniciar negociações sobre o controle de fronteiras.
A escalada das tensões entre Washington e Pequim reacende temores sobre os impactos da guerra comercial na economia global. O conflito, que se arrasta há anos, já afetou cadeias de suprimentos, mercados financeiros e a confiança de investidores ao redor do mundo. Com a nova rodada de medidas protecionistas, a possibilidade de um desfecho pacífico parece cada vez mais distante.