Pergunte a algum morador de outras regiões suas impressões sobre Brasília. Na maioria dos casos, ouviremos sobre política. As disputas de poder, o executivo, o legislativo, o judiciário… o roteiro é quase sempre o mesmo. Contudo, para quem realmente conhece o que acontece no coração do planalto central, sabe que a agitação não se restringe ao setor político.
Em Brasília, o dinheiro roda como em outras grandes cidades do País, com um setor privado de grande força e oportunidades cada vez mais positivas para quem investe em empresas de diversos ramos, desde as mais conhecidas até as iniciantes.
Um mercado que está em processo de consolidação e apresenta atraente crescimento no Brasil é o das startups. Ideias com potencial de fazer a mudança na sociedade ou de suprir uma necessidade de determinado grupo se mostram promissoras. O investidor de Brasília já sabe disso e, a cada ano, confia mais nessa aposta.
Conversamos com João Kepler, CEO da Bossanova Investimentos, que avaliou todo o potencial que Brasília oferece, por meio das startups, para empreendedores e investidores.
“O mercado de Brasília já vem se destacando há bastante tempo, e agora no período de pós-pandemia, a tendência é isso acelerar. Temos bons empreendedores, aceleradoras e agora o crowdfunding, iniciado na cidade pela BridgeHub. Todas essas iniciativas começam a chamar a atenção de novos empreendedores e de empresários que se tornarão investidores”, contou com exclusividade ao GPS.
Kepler, que leva a frente o podcast da Jovem Pan Papo com Anjo, falou que o cenário positivo é influenciado por iniciativas como as do Sebrae, “que ajuda muitos empreendedores no começo de seus negócios que podem, lá para frente, se tornarem startups”.
Confira um pouco mais do bate-papo que tivemos com o “Anjo Investidor”!
GPS: Em Brasília, a forma como as startups devem abordar os investidores tem alguma exclusividade?
Kepler: "Aqui, não se pode concentrar no governo. Brasília é uma cidade com problemas como qualquer outra. O que digo para os empreendedores é que busquem por problema, encontrem soluções, e desenvolvam formas de combater esse problema. O mais importante é que sejam soluções que possam atender a necessidade da população, de algum mercado, de alguma empresa, ou, no caso de Brasília, do governo".
GPS: O empresariado de Brasília está aberto para as startups?
Kepler: "Brasília tem muito dinheiro, muitos empresários que não conhecem a oportunidade de investir em startups, e isso sim precisa ser motivado para eles. Não é a migração total da sua carteira de investimentos, mas pode-se começar como uma porcentagem pequena. Para isso, é preciso que haja bons empreendedores apresentando seus projetos".
GPS: Quais são os passos que os pequenos empreendedores devem tomar, que o senhor considera essencial mas que nem todos fazem, e que, no futuro, pode se tornar o diferencial?
Kepler: "Após encontrar o problema, deve-se validar o problema. O passo principal, e crucial, para que se consiga captar investimento, é a validação. Ou seja, testar. Se desenvolvi um negócio, devo testar com um, dois, três clientes. Com isso, corrige os erros, volta para o mercado, testa mais, até que o produto esteja em sua melhor forma possível para mostrar para o investidor".
Ficou interessado em saber mais do assunto e quer conhecer o motivo da visita de João Kepler à capital? Confira, a seguir, a matéria que o GPS fez sobre a chegada do crowdfunding de startups em Brasília: